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CONTROLE DE PRAGAS
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ÁCAROSAlguns ácaros são parasitas, mas os mais importantes para a patologia humana são espécies de vida livre, encontrados comumente na poeira de colchões, travesseiros, móveis e pisos das casas. Seu desenvolvimento é favorecido pela umidade relativa do ar (ótima em torno de 75%), pela reduzida ventilação e pelo o acúmulo de poeiras. Os ácaros do pó não transmitem qualquer tipo de doença. Contudo, a exposição (sobretudo através das vias respiratórias) a determinadas proteínas que existem em seu corpo e excremento pode causar o aparecimento de doenças alérgicas. Algumas alergias respiratórias, como a asma e a rinite alérgica, bem como dermatites alérgicas, podem ser provocadas por esses minúsculos ácaros ou por seus produtos (dejetos, secreções, fragmentos de ácaros mortos, etc.). Quando encontrados no meio ambiente, suspensos no ar com as poeiras, podem ser inalados por pessoas que desenvolvem uma reação de hipersensibilidade a tais materiais. Nas habitações, os ácaros alimentam-se de escamas de pele humana e de animais. Por dia, o homem perde 1g destes pedaços de pele. De acordo com alguns estudos internacionais, a presença de 500 indivíduos por grama de poeira é suficiente para causar crise alérgica numa pessoa, com sintomas como falta de ar. A concentração de 100 ácaros por grama de poeira já é o bastante para provocar alergia, embora não gere crises alérgicas. Esconderijo: Os estudos concluíram ser impossível livrar as residências desses animais microscópicos, responsáveis pelo surgimento ou agravamento de alergias respiratórias no homem. Segundo os pesquisadores, porém, é recomendável a adoção de práticas higiênicas capazes de reduzir a população desses parentes do carrapato, minimizando assim os problemas de saúde que eles podem causar. O colchão, objeto no qual as pessoas mantêm um contato prolongado dentro do ambiente doméstico, é o local onde existe a maior concentração de ácaros em uma casa. De fato, passamos um terço de nossas vidas na cama, deixando por lá resíduos de pele numa temperatura sempre aconchegante. Além disso, transpiramos nesse local, o que acaba gerando alta umidade. Todos esses fatores são o que o ácaro precisa para sobreviver continuamente. Após seis anos de uso de um mesmo travesseiro, 10% de seu peso é constituído de ácaros e de suas fezes. Em um colchão com 10 anos, estima-se que vivam 1 trilhão de ácaros. O que mais chamou a atenção dos pesquisadores foi o fato de o colchão ser o predileto dos acarídeos.Descobriu-se que a concentração de ácaros na parte do colchão que fica em contato com o estrado, é três vezes maior do que na de cima. Locais propícios para o desenvolvimento de ácaros são: sofás, tapetes e cortinas. Como Evitar Alergias: A diminuição do número de ácaros no interior da casa é um fator decisivo no tratamento do doente alérgico ao pó doméstico. O combate a estes animais deverá incidir primeiramente no quarto de dormir e depois, tanto quanto possível, estender-se ao resto da casa. Medidas que devem ser adotadas: - Desumidificação do ambiente, quer pela ventilação ampla dos locais, quer por meio de aparelhos desumidificadores ou aparelhos de ar condicionado – a diminuição da umidade desfavorece o crescimento de fungos e ácaros; - Remoção freqüente da poeira, utilizando aspiradores de pó, lavagem do piso ou sua limpeza com pano úmido; - Troca freqüente e lavagem de fronhas, lençóis, cortinas, roupas, toalhas, etc; - Uso de filtros no sistema de ventilação central, quando existente; - Utilização de colchões e travesseiros de espuma ou uso de coberturas de plástico para colchões e travesseiros; - Utilização de coberturas anti-ácaros em poliuretano nos colchões, edredons e almofadas; - Rigorosa higiene pessoal e ambiental, inclusive dos animais domésticos (cuja presença deve ser evitada no interior das habitações). - Virar o colchão a cada 15 dias e envolvê-lo com uma capa emborrachada internamente, fechada por zíper. Exposição ao ar e ao sol dos colchões, edredons e almofadas. - Lavagem freqüente a 60ºC dos colchões, edredons e almofadas; - Tratamento de colchões e tapetes com acaricidas; - É recomendável não usar tapetes e cortinas. No lugar das cortinas é preferível optar por persianas plásticas; - Manter a casa sempre arejada e iluminada é indispensável para combater os ácaros. Deve haver arejamento diário dos quartos. Além disso, é preciso que as pessoas mantenham os alimentos bem fechados nas despensas e que evitem fazer refeições na cama ou no sofá; - Lavagem semanal dos bonecos de pêlos; - Controle de animais domésticos; - Manutenção de uma atmosfera seca no interior das habitações (umidade relativa de 50 a 60% e temperatura entre 18 e 24ºC); Ciclo de vida: O ciclo de vida é de 2 a 3,5 meses e o seu habitat é doméstico, especificamente nas fibras naturais como a dos carpetes, tapetes e roupas de cama. A temperatura e umidade são igualmente importantes, sendo que nos climas tropicais as condições são as mais favoráveis para o seu desenvolvimento (temperatura entre 10-32 ºC e umidade relativa entre 60-70%). Fonte: Tapetes Tabacow11
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ARANHASTratamento localizado: O tratamento localizado ocorre através da aplicação de calda inseticida diretamente nos esconderijos e abrigos dos insetos localizados nas pequenas frestas, reentrâncias, rachaduras, gretas e nicho existentes nas superfícies, através de pulverizadores manuais, visando principalmente o extermínio das baratas, aranhas e escorpiões. Pulverização: Um dos métodos de controle usado contra aranhas é o da pulverização. Os passos seguidos para a pulverização geralmente são os seguintes: - Inspeção é o primeiro passo, nesta deve-se avaliar o grau, tipo e local de infestação; - Após a inspeção, começar a aplicação pela pulverização nas possíveis áreas de infestação dessa praga; - A pulverização consiste em aplicar produto líquido em toda a área do chão, alto da parede e no meio de entulhos; - Pode-se aplicar o produto líquido com a atomizadora, dependendo do grau de infestação. Essa aplicação visa atingir partes que na pulverização normal não atinge; - Os aracnídeos percebem o ambiente infectado por praguicidas, e recolhem-se em suas tocas. - As ações educativas orientadas nas áreas de risco constituem-se na melhor das medidas de prevenção de acidentes.
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BARATASDe pouca importância para a agricultura, mas muito importante do ponto de vista sanitário, as baratas podem ser divididas em “do mato” e “domésticas”. As primeiras são encontradas no solo, sob pedras, etc. As “domésticas” infestam os lares e outros domicílios. As principais espécies são: Periplaneta americana (mais comum), P. australasiae (barata australiana), Blatella germânica (barata alemã ou baratinha) e Blatta orientalis (barata oriental). A estratégia para o controle químico de baratas consiste na aplicação de inseticidas nos ambientes de infestação ou próximo a eles. Adultos e ninfas que se abrigam em ninhos, ou aqueles que se expõem ao ambiente, tem contato com o inseticida através da superfície. A dose, geralmente letal, é transferida para o corpo através das patas e dos apêndices bucais. Os mais modernos inseticidas matam instantaneamente por envenenamento do sistema nervoso ou do sistema digestório do inseto. Em geral, apenas uma pequena dose é o suficiente para matar a ninfa ou o animal adulto. Há varias formulações e diversos métodos de controle, incluindo aplicações a pó e líquidas, na forma de concentrados emulsionáveis ou pó molhável (próprio para diluição), em que o inseticida recebe um agente molhante, substância de elevado grau de absorção a fim de permitir que na mistura com água, forme suspensões dotadas de grande estabilidade. Esta formulação contém, geralmente, de 20 a 80% de princípio ativo. Alguns produtos que não se adaptam às formulações líquidas por falta de um solvente adequado são preparados como pós molháveis para mistura com água. Também existe a aplicação de iscas. Elas devem ser colocadas em locais estratégicos e em quantidade suficiente para que as baratas encontrem o alimento durante o seu percurso. A duração do inseticida depende, em certa medida, do substrato e das condições ambientais. As baratas não são sociais nem compartilham o alimento obtido com seus semelhantes, por isso as iscas atingem os insetos individualmente. Portanto, para serem efetivas, as iscas devem ser postas em uma variedade alimentar e ser distribuídas em diversas regiões do recinto. DEDETIZAÇÃO DE BARATAS E O USO DE INSETICIDAS As baratas, além de serem insetos extremamente repulsivos, são transmissoras potenciais de doenças, uma vez que caminham pelos esgotos e pelos alimentos indistintamente. Esses insetos, freqüentemente, estão presentes em residências, estabelecimentos comerciais como restaurantes, padarias e supermercados. Nesses ambientes, o ideal é não controlar os insetos com defensivos, para não correr o risco de contaminar os alimentos. Como forma alternativa de controle, existe uma armadilha conhecida como IBS. É confeccionada com plástico duro, chapas de alumínio e tampa de acrílico, dividido em três partes: primeiro alçapão, segundo alçapão e a tampa transparente com lente. O funcionamento da armadilha ocorre da seguinte maneira: no primeiro alçapão é colocada a isca, que pode conter alimentos doces ou cebola. A barata entra no primeiro alçapão atraído pela isca, e para tentar fugir sobe para o segundo alçapão, onde é interessante que permaneça para atrair mais baratas com seu cheiro. Uma vez que as baratas estão presas dentro da armadilha, basta colocar o recipiente sob o sol, que de cinco a dez minutos elas morrem devido ao calor dos raios solares que passam pela lente de acrílico da tampa. O uso de inseticidas líquidos ou em aerossóis tem sido um controle padrão. As aplicações com formulações em pó tem tido um resultado efetivo, pois a atividade residual desse material dizima qualquer suspeita de ocupação do inseto. Produtos em pó como o aerogel de sílica e acido bórico (veneno estomacal) tem sido efetivo quanto aplicado durante e depois nas construções civis. Para uso mais efetivo do inseticida líquido, em pó ou gel, a aplicação deve ser feita em fendas ou frestas. Dentre esses produtos químicos, alguns são encontrados no comércio, para outros, a venda e utilização é proibida em todo o território nacional (portaria nº 329, de 02 de setembro de 1985), como no caso dos compostos organoclorados (grupo de praguicidas responsável por causar graves efeitos colaterais advindos de sua longa persistência no ambiente e na magnificação biológica), ou seja, aldrin, BHC, DDT, lindani, pentaclorofenol dentre outros. Dos compostos que são destinados às baratas, a composição química, modo de ação e outros detalhes são apresentados a seguir: Anidro Arsenioso Também conhecido como óxido arsenioso e trióxido de arsênico, sua fórmula bruta é As2O3. Em solução, transforma-se em ácido arsenioso H3AsO3, que em combinação com bases, formam uma série de sais denominados arsenitos. O anidrido arsenioso é um branco, parcialmente solúvel na água, e por isso não deve ser aplicado em plantas por provocar a “queima” das folhas. Seu uso se limita ao preparo de iscas. Fluoreto de Sódio A substância pura é um pó branco, solúvel em água à temperatura ambiente na proporção de 4% e sua fórmula bruta é NaF. Para combater as baratas, espalha-se o pó nos locais mais procurados pelos insetos e, quando estes passam pela superfície polvilhada, as partículas aderem às suas pernas e, assim que procuram se limpar com o auxilio das peças bucais, as baratas ingerem o veneno. Outra maneira é misturar o fluoreto em alimentos (iscas) destinados a alimentação das mesmas. DDT Diclorodifeniltricloroetano (C14H9Cl5), conhecido como DDT, age por “contato” e “ingestão”. É sólido, branco e cristalino e insolúvel na água, ácidos minerais e álcalis diluídos. O DDT puro quase não apresenta odor, mas o produto técnico é, em geral, bastante aromático. O inseticida é bastante solúvel, à temperatura ordinária, nos seguintes solventes orgânicos: benzol, clorofórmio, ciclo-hexanona e querosene e sua solubilidade aumenta bastante com a elevação da temperatura. O DDT é muito sensível à ação dos corpos alcalinos, perdendo ácido clorídrico e transformando-se em substância inativa. Ao mesmo tempo, pode-se dizer que é um dos inseticidas de poder residual mais longo que se conhece, pois é estável com relação a calor e luz. O modo de aplicação se dá por polvilhamento e pulverização. As marcas disponíveis no mercado são: Detenol, Gesarol, Niatox, etc. Lindane O modo de ação do inseticida se dá por contato, ingestão e fumigação. Sua fórmula bruta é C6H9Cl6. É uma substancia sólida, branca, cristalina, solúvel no benzeno acetona e outros solventes e sua produção é de real interesse, pois é um inseticida com 99%, no mínimo, de isômero gama do BHC (composto organoclorado de notável poder inseticida). Ou seja, possui algumas vantagens como: a) não tem odor desagradável, o que possibilita seu uso nos lares; b) em geral, não altera o gosto e odor das plantas e frutos polvilhados ou pulverizados; c) tem ação fitotóxica mais baixa; d) tem menor efeito acumulativo no solo; d) é menos prejudicial às bactérias e outros microorganismos. Contudo, no Brasil, o seu largo emprego não é possível, pois é um produto bem mais caro, menos eficaz e de ação mais lenta que o BHC, este resolve grande parte dos problemas dos agricultores e, por último, outros tóxicos de descoberta mais recente vem substituindo tanto o BHC quanto o Lindane. Clordane ou Octaclorado O modo de ação do inseticida se dá por contato, ingestão e fumigação (inalação). Sua fórmula bruta é C10H6Cl8. O clordane técnico é liquido escuro, cor de âmbar, muito viscoso, de cheiro agradável, semelhante a cedro; insolúvel em água, mas solúvel nos solventes orgânicos comuns (querosene, xilol, óleos miscíveis, éteres, ésteres, etc.). Pode ser usado em polvilhamento e pulverização. Sendo que os de polvilhamento são geralmente comercializados em 5% ou 10% para pó, ou 40% ou 50% para pós molhados. Sua ação baraticida é notável: uma simples aplicação numa casa pode torná-la livre de baratas por 3 meses ou mais. Para proteger as residências por muito tempo, há necessidade das preparações serem soluções de querosene. Clortiom O modo de ação se dá por contato, ingestão, fumigação e ação de profundidade. Sua fórmula bruta é C8H9ClNO3PS (tiofosfato de dimetil-cloro-nitrofelina). O clortion técnico é um liquido viscoso, pardo-amarelado, de odor característico, não inflamável a temperatura ordinária. É miscível no benzeno, alcoóis, éteres, etc e insolúvel em água e é empregado em polvilhamento, pulverização e usado em concentração de 0,025% a 0,050%. Dursan O modo de ação do inseticida se dá por contato, ingestão, fumigação e ação de profundidade. Sua fórmula bruta é C9H11Cl3NO3PS. O produto técnico aparece sobre a forma de cristais brancos e é solúvel na cetona, benzeno, clorofórmio, etc. e insolúvel na água, sendo estável em condições normais de armazenagem. Também apresenta estabilidade em formulações aquosas neutras ou ácidas levemente acima da temperatura normal; a instabilidade, por sua vez, aumenta com a temperatura e em meio alcalino. A absorção na pele é insignificante, não oferecendo problema, porém, causa leve irritação nos olhos. O Dursan combate muito bem as várias espécies de baratas caseiras. Fenclorfos Inseticida não sistêmico nas plantas, mas com atividade sistêmica em animais. Sua fórmula bruta é C8H8Cl3O3PS. O produto técnico é um pó cristalino, de coloração branca a parda, praticamente insolúvel na água e solúvel na maioria dos solventes orgânicos. Estável a temperatura ordinária e instável em meio alcalino. Não se recomenda para as plantas em geral, pois é fitotóxico. Arprocarbe O modo de ação do inseticida se dá contato e ingestão. Sua fórmula bruta é C11H15NO3. A substância ativa é pó branco, cristalino e possui leve odor semelhante ao do fenol. A estabilidade do inseticida ativo é boa em todas as formulações. Em meio alcalino, porém o material se decompõe. Contra os insetos o efeito é rápido e seu poder residual é levemente longo. O Arprocarbe é usado em polvilhamento, pulverização e sob a forma de iscas. O mercado brasileiro apresenta os seguintes produtos: a) concentrados emulsionáveis: tem 20% de inseticida e 80% de solventes e emulsionáveis; b) soluções concentradas: tem 1% de arprocarbe, 0,5% de diclorvos e 98,5% de solvente; c) aerossóis: tem 1,5% de arprocarbe, 0,5% de diclorvos e 98% de propelentes e solventes. Carbaril O modo de ação do inseticida se dá por contato e ingestão. Sua fórmula bruta: C12H12NO2. A substância ativa pura é sólida, cristalina, branca, inodora. O produto técnico tem 95% ou mais da substância ativa. É também praticamente insolúvel na água e pouco solúvel em vários solventes orgânicos comuns, o que impede a formulação de concentrados emulsionáveis. Em condições normais é estável à hidrólise, luz e calor. Em meio alcalino é rapidamente hidrolisado, perdendo assim seu efeito inseticida e é usado em polvilhamento e pulverização. Existem dois tipos de produtos no mercado: em pó, com concentração de 5 a 7,5%; e pós molháveis, com 85% de carboril. Estes são empregados em pulverização de 0,085% a 0,15% de inseticida. Quando é empregado em doses normais não é fitotóxico, mas em dosagens fortes pode atuar como herbicida, no entanto, com relação ao homem e a outros animais é pouco tóxico.
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BARBEIROSPrevenção Os triatomíneos podem ser controlados através de substâncias como hormônio juvenilizante, estimuladores de crescimento, inibidores de quitina, e inseticidas; depende do incentivo de pesquisas sobre controle biológico e também de investimentos sociais tais como, melhoria habitacional e educação sanitária. O hormônio juvenilizante é um método ainda em fase de teste. Basicamente, ele mantem os “barbeiros” sexualmente imaturos até o quinto estádio ninfal. Porém, apresenta algumas desvantagens, como a redução lenta do número de insetos e o fato dos triatomíneos continuarem se alimentando mesmo afetados pelo hormônio. Já os estimuladores de crescimento agem nas ninfas de quarto estádio produzindo adultos sem o amadurecimento sexual, impedindo desta forma a reprodução desses insetos. Os inibidores de quitina estimulam a má-formação dos triatomíneos, deixando-os suscetíveis a ação dos predadores, pois há a interferência na produção de quitina que é essencial para a formação do exoesqueleto no processo de ecdise. A melhoria habitacional abrangeria não apenas o domicílio, mas também o peridomicílio. Diferentes técnicas de construção simples e de baixo custo têm sido desenvolvidas, como a obtenção de tijolos mais resistentes que o adobe e o barro utilizados. No entanto, apenas a melhoria em si não é suficiente para o controle do “barbeiro”. É necessária uma mudança de comportamento dos moradores da residência. Estudos demonstraram que as casas de alvenaria recém-construídas podem ser rapidamente colonizadas por triatomíneos, desde que sejam mantidas a desorganização (sujeira) interna e os esconderijos do mesmo. Outro método de prevenção é o controle biológico. Este não possui a finalidade de eliminar os triatomíneos, mas a manutenção do equilíbrio entre a população e os seus predadores. Foram identificados diversos animais que naturalmente parasitam ou predam os triatomíneos como: fungos (exemplo: Metarrhizium anisopliae), micro-hemípteros (insetos dos gêneros Telenomus e Ooencyrtus), além de formigas, micro-ácaros e aranhas. Finalmente, há os inseticidas organoclorados e piretróides que correspondem ao método barato e rápido. Sua aplicação acarreta o decaimento rápido da população intradomiciliar, obtendo-se a negativação das casas em pouco tempo e a interrupção da transmissão vetorial. Todavia, os organoclorados possuem um efeito residual, não são biodegradáveis e, por isso, o uso contínuo na agricultura levou a casos de intoxicação animal e humana (hemorragia capilar cerebral, hepática e renal) e ao desequilíbrio biológico. Por isso a Organização Mundial da Saúde criou uma lei (Portaria Ministerial n° 356, de 14/07/71) proibindo o uso agropecuário dos inseticidas organoclorados. Atualmente são utilizados outros inseticidas testados pelo Programa de Controle da Doença de Chagas: os piretróides, ésteres de ácido crisantêmico, delmatrina, cipermetrina e a lambdaciolotrina.
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BROCASMétodo de Controle A inspeção visual e o uso de armadilhas é uma boa metodologia de averiguação. Com isso, pode-se avaliar qual é a melhor estratégia de controle ou se realmente existe a necessidade de intervenção química. O tratamento mais comumente utilizado no combate as brocas é a aplicação de inseticida. Esse método pode ser empregado tanto no combate como na prevenção, sendo pouco eficiente no primeiro caso. Ao se aplicar o inseticida nos orifícios escavados pelas brocas, a praga não será exterminada já que ali é apenas a “porta de saída” da madeira pelos insetos adultos, os quais já emergiram. Ademais, a penetração do produto nesse local será pequena, porque ali se acumulam serragem e fezes do inseto, fato que restringe o alcance do inseticida a outros indivíduos. Este método tem, portanto, um objetivo muito mais preventivo do que curativo. Se a superfície, frestas, juntas e orifícios estiverem tratados com inseticida (na madeira sadia), pode-se evitar que outras brocas venham depositar ovos naquela peça de madeira. É relevante ressaltar que, como esse método é superficial, grande parte do produto tende a ser removida quando a madeira é trabalhada. Deve-se considerar também que isso pode por em risco a saúde de pessoas que entrem em contato com a madeira. Sendo assim, é fundamental um rigoroso controle em todas as etapas do beneficiamento da madeira. Particularmente no caso da madeira compensada, é importante notar que se o inseticida for aplicado somente na cola e a lâmina de madeira for muito espessa, esta pode servir de substrato para a proliferação do inseto. Um outro procedimento bastante usado é o do tratamento com gases tóxicos. Quando no estado de larvas ou ovos, a presença de brocas em uma peça de madeira é praticamente imperceptível, sendo que somente mais tarde, quando o adulto eclodir, é que perceberemos, e os prejuízos se tornarão evidentes. Para evitar esse tipo de problema, emprega-se o método acima citado. O procedimento consiste em submeter a madeira a um expurgo com gases tóxicos. O expurgo é um tratamento essencialmente para combater e não para prevenir. No entanto, pode ser visto também como método de prevenção ao impedir que uma madeira atacada sirva de foco de infestação para outras madeiras sadias ou que o problema siga adiante. O emprego do expurgo de gases tóxicos, embora de simples manuseio, exige cuidados, pois os gases usados são tóxicos e alguns deles reagem com metais, como o cobre. Isso acarreta uma série de restrições ao seu uso em determinadas situações. Sendo assim, é altamente recomendável seguir as orientações de um especialista. Pesquisas têm sido realizadas com outros gases, tais como argônio e nitrogênio. Nesse caso, o procedimento consiste em reduzir o teor de oxigênio na madeira, substituindo-o por um desses gases. Todavia, a comprovação da eficácia desse tratamento ainda está em fase de testes. Os métodos citados acima devem ser empregados em conjunto. O pré-tratamento das madeiras após o abate evita o ataque e o transporte de insetos até a serraria. Os produtos empregados são tóxicos e os vários usos que se faz da madeira impõe restrições. O controle dos insetos xilófagos exige como primeira tarefa a análise da situação nos diferentes ambientes (seja na fábrica de móveis, na marcenaria etc) e, se houver algum problema, diagnosticá-lo corretamente, verificando o tipo de inseto (broca) e os tipos de condições que estão favorecendo sua presença. Dado o diagnóstico e considerando as diversas limitações, pode-se buscar o procedimento que oferece o melhor resultado com o menor risco para a madeira e o usuário.
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CARRAPATOSPrevenção e Controle Para se prevenir dessas patologias, faz-se necessária a utilização de métodos de controle do carrapato. Uma das medidas mais adotadas, principalmente no setor da pecuária, são os tratamentos químicos que dependem de fatores como freqüência, época de tratamentos, escolha e uso correto dos carrapaticidas. O período mais adequado para a aplicação dos carrapaticidas é durante os meses mais quentes ou mais secos do ano, no qual os carrapatos morrem mais rápido nas pastagens, em função das altas temperaturas ou baixa umidade. Com a redução natural no número de carrapatos, é possível eliminar o maior numero de uma geração de carrapato, produzindo assim poucos carrapatos na geração futura. O uso incorreto de um carrapaticida (subdose, preparo inadequado ou aplicação mal feita) faz com que o carrapato não morra após o contato com o produto. Cada vez que carrapatos sobrevivem à aplicação de carrapaticida, podem transmitir à geração seguinte informações genéticas de como sobreviver aquele produto. É a chamada “resistência”. A resistência instalada para um produto, com grande chance, também será para outros produtos do mesmo grupo. Por isso, não há muitas opções, em caso de resistências de carrapatos a carrapaticida. Como é praticamente impossível eliminar todos os carrapatos, é recomendável que se utilize sempre o mesmo produto de carrapaticidas, ou produtos do mesmo grupo ou família, por um período aproximado de dois anos, no máximo, e da melhor maneira possível. O controle do carrapato não deve ser baseado em uma única alternativa, ainda que o uso do tratamento químico seja a opção viável e comprovadamente eficaz. A dependência dos químicos e a questão do impacto ambiental, aliada aos custos e ao surgimento dos problemas de resistência, encaminham à necessidade de pesquisas e outras formas de controle. Neste aspecto, a ecologia oferece informações básicas para o uso de outros instrumentos na tentativa de melhorar o controle dos carrapatos, como por exemplo, indicando as épocas mais apropriadas para o tratamento em determinada região. O uso de raças mais resistentes, descanso e rotação de pastagens e os recentes avanços nos métodos imunológicos, são medidas que, no contexto com a aplicação dos químicos acaricidas, formam o que se denomina “controle integrado de parasitas”. A possibilidade do emprego do controle biológico ainda parece ser de pouca importância prática e os patógenos e predadores ainda não foram utilizados com sucesso. Algumas espécies de fungos como Metarhyzium sp. e Beauveria sp., de bactérias como Cedecea lapagei, que atacam instares ninfais de carrapatos, outras espécies de leguminosas como Brachiaria brizantha, Mellinis minutiflora, Stylosanthes sp., com atividades acaricidas ou de repelência e também algumas espécies de formigas e pássaros, tem um importante papel na eficiência de um programa de controle. Entretanto, o efeito isolado destas alternativas ainda necessita de novas avaliações para que possam ser manipuladas com eficiência pelos produtores. A presença de carrapatos induz a uma série de reações imunológicas interferindo no desenvolvimento, capacidade reprodutiva e/ou sobrevivência dos diferentes estágios do ciclo parasitário. O efeito da resistência aos carrapatos pode determinar reações de hipersensibilidade local das picadas e, como lambeduras, fricção e coceira na tentativa de eliminá-los ou removê-los. Este é um dos fatores que também pode contribuir para diminuir o percentual de carrapatos sobreviventes após afixação.
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CUPINSDescupinização Os cupins pertencem à ordem Isoptera, e são considerados insetos sociais, pois são formadores de colônias, de cooperação mútua, onde seus indivíduos são divididos em castas como a dos reprodutores, formado basicamente pelo rei, rainha; reprodutores alados (siriris ou aleluias), a casta dos soldados e a casta dos operários. Os insetos pertencentes a cada casta, são morfologicamente distintos, havendo funções diferentes realizadas dentro da colônia. Existe mais de 2000 espécies vivas de cupins descritas, sendo que 290 são encontradas no Brasil. Os cupins são, na sua maioria, decompositores de árvores mortas, ajudando consideravelmente na reciclagem de nutrientes ao solo, bem como na aeração destes. Apenas uns poucos gêneros são considerados pragas no agroecossistema e em áreas urbanizadas, causando elevados prejuízos, atacando árvores vivas (urbanas, reflorestamento, florestas nativas e ornamentação), plantas cultivadas e residenciais, ocorrendo em altas densidades populacionais, coabitando com o homem a procura de alimento. Descupinização – Cupins subterrâneos Os Cupins subterrâneos (Coptotermes havilandi, Reticulitermes lucifugus) apresentam ninhos mais elaborados que se desenvolvem preferencialmente no solo, interno ou externo a edificação, em madeiras em contato com o solo, em espaços que possam existir no interior das edificações, ou ainda em árvores, onde a umidade do solo, entre outros fatores, facilita a sua instalação. Esses cupins apresentam grande capacidade de dispersão e a ligação entre a colônia e a fonte de alimento é feita por meio de túneis construídos por estes insetos. O ataque desses cupins é generalizado e não se limita a madeira e seus derivados. Outros materiais tais como tecidos, plásticos, borracha, couro, tijolos de barro, gesso e revestimentos de cabos elétricos também podem ser intensamente atacados por esses insetos, que podem ou não ingerí-los, já que não são utilizados como alimento, sendo eliminados sem serem digeridos. Métodos de controle para Cupins subterrâneos O controle de cupins subterrâneos baseia-se no estabelecimento de uma barreira que impeça a chegada das operárias até as plantas ou mudas. Esta barreira pode ser física ou química, sendo esta última a mais utilizada. Atualmente existem novas propostas de formas de controle, como a utilização de iscas tóxicas. Barreiras Físicas As barreiras físicas excluem cupins das edificações por meio de utilização de materiais impenetráveis. Estas barreiras podem ser construídas por partículas uniformes, como é no caso de areia, vidro moído, basalto, ou por telas de aço inoxidável, pois materiais muito grandes ou muito pequenos impedem que os cupins possam transportar este material na construção de galerias. Porém esta técnica não é muito empregada no Brasil. Barreira Química A barreira química consiste na aplicação direta de inseticida, no local de infestação ou ao redor dele. Um dos produtos mais utilizados é do grupo organoclorado, o qual possui um alto teor residual, e que devido a essa característica passou a ser proibido seu uso em 1985. No ano seguinte, instalaram-se dois experimentos com inseticidas nas formulações granulada, pó-seco, concentrado emulsionável e pó molhável. As especificações técnicas e seu modo de ação são apresentadas no tópico “inseticidas”. Iscas Este método consiste na aplicação em material vegetal como blocos de madeira de inseticida de ação lenta e prolongada, que após ingerir o inseticida o cupim vive o suficiente para chegar ao ninho e transpor o composto a colônia. A importância desta técnica é o uso diminuto de inseticidas para o controle de cupins, sendo assim menos agressivo ao meio ambiente. Medidas preventivas O uso de boratos no controle preventivo e curativo desses cupins é relativamente recente. O produto usado é o octaborato dissodico tetrahidratado. Este composto é adequado para ser aplicado na madeira, pois ele é solúvel em água, tem pH neutro, além de não ter cor nem odor. As aplicações de soluções de borato são feitas diretamente na superfície da madeira atacada através de varas sólidas do composto, que são inseridas dentro de buracos perfurados nas estruturas infestadas. Os boratos são compostos persistentes, não voláteis e quando em baixas concentrações são tóxicos aos cupins. Quando utilizado em altas concentrações, eles agem repelindo ou detendo a alimentação desses insetos. Descupinização – Cupins Arborícolas Os cupins constituem um grupo extremamente daninho de insetos de madeira, onde escavam galerias, deixando a superfície da casca com espessura de papel. Em florestas eles são comumente encontrados na madeira de árvores cortadas, árvores atacadas ou mortas por coleobrocas (besouros que também atacam madeira) ou pelo fogo, em cepas e outras partes da madeira morta ou em decomposição. As espécies mais comuns no território brasileiro, principalmente Amazônia, são: Neotermes paraensis, Coptotermes niger, Coptotermes testaceus e Nasutitermes costalis. O ataque deste inseto, popularmente denominado cupim-de-cerne, ataca plantas nativas do cerrado e, em outras regiões do Brasil, ataca seringueira e pau-rosa, além de sibipiruna, jacarandá-mimoso, quaresmeira, acácia, ipê, paineira, tipuana e outras. O cupim penetra pelas raízes ou pelas cicatrizes de galhos caídos fazendo galerias ascendentes e, a menos que a madeira tombe pela ação do vento, não é possível verificar o ataque, que só será notado por ocasião do corte. Método de controle para Cupins Arborícolas A detecção desses cupins no campo não é fácil, pois como o dano é interno e as arvores não apresentam sintomas aparentes, a detecção só ocorre após o dano já ter sido feito. Os métodos de controle dos cupins de cerne são semelhantes ao dos cupins subterrâneos. Medidas preventivas As áreas atacadas devem ser mapeadas e cadastradas, para que medidas preventivas possam ser tomadas quando se reforma a área. Apesar de existirem recomendações de controle, como a aplicação de inseticidas líquidos dentro dos troncos ou tocos, estas são de caráter paliativo e temporárias, pois não atingirão a colônia que está no solo. A incorporação e aplicação de inseticida no solo próximo aos tocos atacados é uma medida que necessita maiores estudos, pois o sistema radicular a ser protegido é muito desenvolvido, sendo necessárias altas doses de inseticidas sem a garantia de sucesso. É recomendada, também, a utilização de práticas culturais como: prevenção de incêndios florestais, desbastes seletivos (retirar árvores danificadas ou doentes), adubações, seleção de espécies mais adaptadas etc. Descupinização – Cupins de Madeira Seca Os cupins de madeira seca (Cryptotermes brevis) localizam-se inteiramente dentro da madeira que consomem como alimento, sem a necessidade do contato com o solo. Portanto, o seu ataque caracteriza-se por um problema restrito as peças de madeira infestadas. São encontrados em todos os tipos de edificações e seu ataque ocorre em madeiras com baixo teor de umidade, localizadas tanto nas estruturas quanto em imóveis e peças avulsas. Na natureza ocorrem tanto em árvores em pé, viva ou morta, como em troncos caídos em decomposição. Métodos de controle para Cupins de Madeira Seca Para o controle de cupins de madeira seca, primeiramente é preciso ter a identificação correta da espécie infestante, pois a sua infestação é em menor número de indivíduos em comparação aos cupins subterrâneos, entretanto, com o passar do tempo, a proliferação da colônia inicial pode dar origem a varias outras colônias. Numa infestação desses cupins, o mais difícil é averiguar a extensão da infestação no local. A localização exata da abrangência da infestação é um fator importante para a realização da desinfecção, a averiguação é dotada de vários métodos, os quais incluem: inspeção visual, sondas, olfação canina e uma variedade de aparelhos que verificam o som produzido pelos insetos. Alguns métodos para o controle de cupins de madeira seca são: tratamento prévio da madeira, fumigação química e por calor e injeção de inseticidas. Tratamento prévio O tratamento da madeira por inseticidas é uma medida sensata, tendo em vista que estes inseticidas de tratamento prévio deixam resíduos por um longo período, portanto o tratamento tem ação por um longo tempo. A relação de alguns produtos utilizados e também aqueles proibidos atualmente estão listados no tópico “inseticidas”. Fumigação química Uma técnica muito utilizada nos EUA é a fumigação, que consiste em isolar externamente a residência com material impermeável geralmente material plástico e aplicar inseticidas na forma gasosa, este tratamento tem a vantagem de atingir a residência como um todo, assim eliminando todos os focos. Esta técnica é utilizada em residências com infestação ampla, porém utiliza substâncias que agridem a camada de ozônio, e seu uso foi banido no ano de 2005. Fumigação por calor Outra opção pouco empregada é o tratamento térmico da madeira, o procedimento consiste em elevar a temperatura da madeira para 66ºC por 1 hora e 30 minutos ou por 4 horas em tratamento a 60ºC, e da mesma forma, tratamentos com temperaturas baixas também irão eliminar os cupins, como é o caso da diminuição da temperatura a 10ºC negativos por quatro dias. Esta técnica elimina os cupins, devido ao fato de que os cupins não toleram altas variações de temperatura. Injeção de Inseticidas A aplicação de inseticidas nas madeiras infestadas utilizam, atualmente, solventes orgânicos, como é o caso do querosene, que são misturados com inseticidas, pois o emprego de água como solvente acarreta em proliferação de fungos e bactérias dentro da madeira. São feitos furos por onde é aplicado o inseticida e, posteriormente, estes furos são fechados. Este procedimento tem como objetivo alcançar as galerias onde a colônia se encontra. Medidas preventivas Uma medida importante é apagar as luzes na época de revoada de aleluias ou siriris, pois estes insetos são atraídos pela iluminação e podem infestar a área domiciliar ou utilizar madeiras como peroba rosa, o jatobá e a maçaranduba, que não são atacadas por cupins, pois seu cerne (porção central do tronco) apresenta compostos químicos que deixam as madeiras imunes a esses ataques. Inseticidas para os 3 tipos de cupins De um modo geral, os inseticidas podem ser usados para os três tipos de cupins. A composição química, modo de ação, aplicabilidade e toxidade de alguns produtos estão descritos a seguir. Vale lembrar antes, que os compostos organoclorados, aldrin, BHC, lindani, pentaclorofenol dentre outros apresentados são proibidos por lei (portaria nº 329, de 02 de setembro de 1985) em todo o território nacional, inclusive sua comercialização. Com exceção de cupinicidas a base de aldrin para o emprego em florestamento e reflorestamento; ao uso dos referidos produtos quando aplicados pelos órgãos públicos competentes, em campanhas de saúde pública de combate a vetores de agentes etiológicos de moléstias; dentre outras exceções que não cabem ao caso dos cupins. BHC O BHC age por contato, ingestão e fumigação. Sua fórmula bruta é C6H6Cl6 (hexacloro-ciclo-hexano). O BHC técnico é pó amorfo, volátil, acinzentado ou ligeiramente pardo, insolúvel na água. Apresenta cheiro desagradável que faz lembrar o do mofo. O BHC do comércio é uma mistura complexa de diferentes substâncias, algumas das quais somente em partes foram identificadas e isoladas na forma pura. A solubilidade nos diferentes solventes orgânicos varia de um para outro isômero. As impurezas que aparecem no composto não têm ação inseticida e dos isômeros apenas o gama se sobressai pelo seu extraordinário poder sobre os insetos. Contudo, esse isômero puro é um pouco menos eficaz se comparado sua utilização juntamente com os outros compostos. Com exceção do isômero gama, os outros isômeros causam sérios inconvenientes, como fitotoxidade, odor penetrante, etc. O BHC não deve ser usado para combater pestes dos lares, devido ao seu forte e característico cheiro de mofo. Ocorre alteração de gosto de determinadas plantas como batatinha, amendoim, batata-doce, mandioca, couve e frutas e possui um fator tóxico para algumas plantas e efeito acumulativo no solo, o que limita o seu uso. É usado em polvilhamento, pulverização aerossóis. No comércio são encontrados os seguintes produtos: a) pó: com 1; 1,5; 2; 3; 9 e 12% de isômero gama; b) marcas comerciais: Benzefós, Benzenex, Hexason e outros. Aldrin O Aldrin age por contato, ingestão e fumigação. Sua fórmula bruta é C12H8Cl6 (hexacloro-hexahidro-endo). O aldrin técnico é uma substancia sólida, cristalina, um pouco volátil, mas solúvel em quase todos os solventes orgânicos. É estável em ambientes alcalinos e meios ácidos, porém, o calor diminui o poder residual, ou seja, quanto mais alta a temperatura, menos tempo permanecerá o aldrin sobre as plantas. O composto é usado em polvilhamento, pulverização, pó e iscas. As concentrações utilizadas em cada um são: a) Pó: tem 2,5; 5; 50 e 75% de aldrin técnico. Nas duas porcentagens mais baixas recomenda-se para tratamento de solo em polvilhamento de plantas, já as duas últimas destinam-se a fins industriais; b) Pós molháveis: tem 40% de aldrim. Devem ser diluídos na água de modo que as suspensões tenham de 0,04% a 0,12% da substância; c) Concentrados emulsionáveis: em de 40 a 50% de aldrin, sendo muito mais comuns as formulações de 40%. Em pulverização, as emulsões também são regadas de 0,04% a 0,12%; d) Iscas granuladas: de 0,5 a 0,75% de aldrin. Sua ação é lenta, não é fitotóxico quando usado em doses normais, a não ser para as curcubitáceias, que podem sofrer queimaduras. Com relação ao homem e a outros animais o aldrin é bastante tóxico por via oral. Pentaclorofenol Sua fórmula bruta é C6HCl5O. Quando puro é cristalino e incolor. O produto técnico aparece sob a forma de pó ou agulhas cinzento escuras. Praticamente insolúvel em água e solúvel em muitos solventes orgânicos e não inflamável e não corrosivo para os metais, exceto possivelmente na presença de umidade. Quando dissolvido em óleo, a solução pode danificar rapidamente a borracha. Os produtos devem ser pincelados na superfície da madeira não pintada ou não envernizada. O inseticida tem notável poder de penetração e tem efeito curativo e preventivo, porém, tem caráter fitotóxico e irrita a pele. Dursan O modo de ação do inseticida se dá por contato, ingestão, fumigação e ação de profundidade. Sua fórmula bruta é C9H11Cl3NO3PS. O produto técnico aparece sobre a forma de cristais brancos; é solúvel na cetona, benzeno, clorofórmio, etc. e insolúvel na água, sendo estável em condições normais de armazenagem. Também apresenta estabilidade em formulações aquosas neutras ou ácidas levemente acima da temperatura normal; a instabilidade, por sua vez, aumenta com a temperatura e em meio alcalino. A absorção na pele é insignificante, não oferecendo problema, no entanto, causa leve irritação nos olhos. Lindane O modo de ação do inseticida se dá por contato, ingestão e fumigação. Sua fórmula bruta é C6H9Cl6. É uma substancia sólida, branca, cristalina, solúvel no benzeno acetona e outros solventes. A produção do lindane é de real interesse, pois é um inseticida com 99%, no mínimo, de isômero gama do BHC (composto organoclorado de notável poder inseticida). Ou seja, possui algumas vantagens como: a) não tem odor desagradável, o que possibilita seu uso nos lares; b) em geral, não altera o gosto e odor das plantas e frutos polvilhados ou pulverizados; c) tem ação fitotóxica mais baixa; d) tem menor efeito acumulativo no solo; d) é monos prejudicial as bactérias e outros microorganismos. Clordane ou Octaclorado O modo de ação do inseticida se dá por contato, ingestão e fumigação. Sua fórmula bruta é C10H6Cl8. O clordane técnico é liquido escuro, cor de âmbar, muito viscoso, de cheiro agradável, semelhante a cedro; insolúvel em água, mas solúvel nos solventes orgânicos comuns (querosene, xilol, óleos miscíveis, éteres, ésteres, etc.). Pode ser usado em polvilhamento e pulverização. Sendo que os de polvilhamento são geralmente comercializados em 5% ou 10% para pó, ou 40% ou 50% para pós molhados. Riscos da Descupinização ao Homem Os produtos utilizados para a exterminação dos cupins subterrâneos podem oferecer riscos à saúde do homem caso este entre em contato direto com a calda cupinicida. A intoxicação pode ocorrer, principalmente, por via oral, dérmica e inalatória. Quando por via oral, sintomas como: tontura, sonolência, tremores, movimentos incoordenados, diarréia e perda de peso podem ser observados. Se a via de intoxicação for a inalatória, observa-se sintomas tais como: hipotermia, distúrbios na respiração e na movimentação, tremores e reflexos pupilares impareados. Esses inseticidas parecem ser menos tóxicos quando absorvidos por via dérmica. O tratamento é sintomático e de suporte. Primeiramente, deve-se remover o paciente da fonte de exposição e, caso haja contato dérmico com a calda, lavar a área do corpo atingida pelo produto com água e sabão em abundância. Em caso de intoxicação por via oral, não induzir o vômito e entrar em contato com o Centro de Assistência Toxicológica imediatamente. O método de controle dos cupins madeira que mais oferece risco à saúde do homem consiste no da fumigação, sendo as vias mais comuns de intoxicação a oral e a inalatória (praticamente não é absorvido por via dérmica). Os sintomas mais comumente observados são: náuseas, vômitos, diarréias, dores abdominais e retroesternais, opressão do peito e tosse, dores de cabeça e vertigens. Em casos mais severos, podem progredir a colapso cardiovasculares, edemas pulmonares, cianoses e falência respiratória. Pericardites, falência renal e danos hepáticos que incluem icterícia, podendo se desenvolver posteriormente. Os sintomas podem aparecer de forma tardia e a morte pode ocorrer em até uma semana após intoxicação. Exposições “leves” podem causar irritação das membranas mucosas com sintomas iniciais de uma infecção do trato respiratório superior. Outros sintomas podem incluir dores de cabeça, fadiga, tosses, em casos mais severos ataxia, parestesia, tremores intensos, diplopia e icterícia. Casos muitos severos podem progredir a edemas pulmonares agudos, arritmias cardíacas, convulsões, coma e até a morte. Danos renais e leucopenia também podem ocorrer. A intoxicação crônica se caracteriza por anemia, bronquite, distúrbios gastrointestinais e visuais, dor de dente, edema maxilar e necrose mandibular, anorexia, perda de peso, anemia e tendência a fratura óssea espontânea. Em intoxicações por via inalatória, deve-se manter o paciente em local arejado e, caso a intoxicação seja por via oral, indica-se a indução do vômito e a lavagem gástrica. Combate de cupins sem o uso de inseticida Um dos meios para evitar a proliferação do cupim é através da remoção da madeira infestada, eliminando assim uma fonte contínua de novas infestações, e posterior destruição do foco removido. Existe também o combate pelo controle biológico, não tóxico: uma técnica que utiliza fungos e protozoários que causam algum tipo de doença nos insetos, entretanto ainda está em estudos para verificar sua especificidade e malefícios.
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DENGUEControle e Prevenção da Dengue As estratégias de controle do Aedes aegypti costumam priorizar locais que contém grande quantidade de criadouros que contém as larvas do mosquito. Isso se dá porque os pequenos focos parecem não ter grande produtividade da forma madura do inseto e, consequentemente, da transmissão da dengue. Por outro lado, um único grande foco pode apresentar grande produtividade e contribuir para a geração de pequenos focos de reprodução. Por este motivo, é importante analisar a produtividade através do cálculo de emergência de fêmeas adultas, levando em conta as pupas coletadas nos recipientes. Essa estimativa pode definir de forma mais precisa as áreas de risco e otimizar as ações contra o Aedes. Iniciativas tradicionais na prevenção e controle da dengue foram herdadas das campanhas iniciais do governo federal. Essas iniciativas se focam na eliminação dos criadouros domésticos com o uso de larvicidas e inseticidas em adição ao controle de criadouros. É comumente pensado que o controle da doença é responsabilidade apenas do governo, das campanhas de controle da dengue, o que desestimula as ações individuais e o senso de responsabilidade social. Redução dos criadouros do mosquito utilizando-se larvicidas, crustáceos predadores ou a eliminação de recipientes, além do controle do mosquito através de inseticidas, necessitam do apoio da sociedade civil. Opções para o controle dos vetores como cortinas nas janelas tratadas com inseticidas e tampas para os recipientes de água poderiam ser de grande contribuição para a diminuição da transmissão da doença. Entretanto há uma relutância dos residentes de aceitarem o uso destes métodos, além da falta de informação de como utilizar estes métodos de prevenção corretamente. O melhor método para controle ainda é a eliminação dos criadouros. Estudos feitos na Ásia e nas Américas indicam que após a aplicação de inseticidas na forma de ultra baixo volume (ULV), a população adulta de mosquitos retornou aos níveis pré-tratamento após duas semanas, e mesmo após múltiplas aplicações o impacto contínua sendo mínimo sobre a população de mosquitos adultos. Afora estes problemas técnicos, não há programas com recursos humanos suficientes para lidar com todas as residências nos centros urbanos. Os programas nacionais são sub-financiados, não são bem administrados e supervisionados, os profissionais não são bem pagos e estes não possuem habilidades de comunicação, essenciais para conscientizar a população. Mesmo programas de controle universalmente aceitos como bem-sucedidos não foram efetivos no impedimento de novas epidemias da doença e, portanto, há a necessidade de aperfeiçoamento das medidas de controle vetorial disponíveis atualmente. Os programas educativos instruem rotineiramente o morador a tampar reservatórios, baldes, pratos de vasos de planta e outros recipientes de água de uso doméstico, além de instruí-lo quanto a cuidados com instalações vulneráveis, como as calhas de telhado. Em se tratando de recipiente de uso doméstico, porém, a vedação total do acesso do mosquito à água constitui um comportamento mais proficiente no sentido de ser provavelmente mais efetivo como ação preventiva do que apenas tampar o recipiente, pois este comportamento do morador pode deixar brechas para a passagem de fêmeas grávidas de Aedes aegypti. É importante apontar que os criadouros são, em sua maioria, domésticos. Um estudo feito aponta que em Cingapura, 79% dos criadouros são domésticos e, no caso do Brasil, mais de 90%. E importante ainda mencionar que naquele país asiático, que na verdade é apenas uma cidade, em uma ilha, as multas para residências ou endereços com criadouros do vetor são as mais altas já aplicadas (cerca de 1.500 USD). Os sistemas clínicos e públicos de saúde não conseguiram diminuir a doença já que não há vacina para prevení-la, nenhum tratamento efetivo para barrar o desenvolvimento dos sintomas, além de não existirem programas de combate ao mosquito que garantam a proteção das comunidades afetadas. Dengue não é uma prioridade médica para estas comunidades já que as prioridades sociais, econômicas e ambientais são mais convincentes do que a dengue que geralmente causa apenas febre facilmente tratada por analgésicos e que raramente necessitam de atenção médica. Quando confrontados com casos da doença, os médicos necessitam de apoio de laboratórios para confirmar que a infecção se deu pela dengue através de exames de sangue para classificar a fase e a gravidade da doença. Além dos diagnósticos inapropriados por médicos pouco qualificados, há uma ausência de qualidade dos diagnósticos sorológicos e do isolamento viral em áreas endêmicas. Em 1996, apenas 53 laboratórios em 14 países possuíam capacidade para diagnósticos sorológicos usando anticorpos IgM, apenas 20 possuíam instalações para isolar o vírus e 11 utilizavam tecnologia molecular. O controle de qualidade realizado de 1996 a 2001 demonstrou que apenas 87% dos laboratórios possuíam desempenho excelente em sua capacidade diagnóstica, sem problemas com a provisão de antígenos, dependência de distribuição de kits, diferentes sensibilidades entre os testes sorológicos e uso limitado de técnicas de diagnóstico mais específico.
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ESCORPIÕESMedidas preventivas As principais medidas preventivas são: - Usar calçados e luvas nas atividades rurais e de jardinagem; - Examinar roupas pessoais, de cama, de banho e calçados antes de usá-los; - Não acumular lixo orgânico, entulhos e materiais de construção; - Vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos, forros e rodapés; - Utilizar telas, vedantes ou sacos de areia em portas, janelas e ralos; - Manter limpos os locais próximos das residências como jardins, quintais, paióis e celeiros; - Combater a proliferação de insetos, principalmente baratas e cupins; - Preservar predadores naturais como corujas, sapos, lagartixas e galinhas; - Limpar terrenos baldios pelo menos na faixa de um a dois metros junto ao muro ou cercas; - Manter a casa limpa, evitando acúmulo de lixo.
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FORMIGASRisco dos Inseticidas ao homem A intoxicação por formicidas aplicados através da técnica de pulverização ocorre através das vias inalatória, dérmica (em menor grau) e oral, tendo como sintomas imediatos: dermatite, irritações e queimaduras na pele (alto potencial alergênico). Os sintomas pouco mais tardios consistem em: parestesia, dormência (devido à sua ação sobre o sistema nervoso central e periférico, prolonga a abertura dos canais de sódio da membrana celular o que retarda a sua repolarização), coceira, queimação, formigamento, eritema, cefaléia, hiperexcitabilidade, tontura, hiperreflexia, fasciculações musculares, incoordenação motora, distúrbios do equilíbrio, alergias respiratórias, cutâneas, além de sintomatologia neurológica, como tremores e convulsões em casos mais graves. Dentre as manifestações alégicas mais leves, observam-se espirros, secreção nasal serosa, obstrução nasal, broncoespasmo, dermatite, cefaléia, rinite, asma e pneumonia. Em casos de manifestações mais graves (casos raros), os sintomas podem chegar a colapso vascular periférico, dificuldade respiratória, broncoespasmo, edema de orofaringe e hipotensão. O tratamento é sintomático, sendo necessário lavar o local de contato com o agente tóxico com água e sabão em abundância, realizar lavagem gástrica caso a via de contaminação seja a oral e, nos casos mais graves de reação anafilática, a administração de epinefrina (adrenalina) e anti-histamínicos se mostra necessária. O composto em gel apresenta menor risco, pois as ocorrências de intoxicações acidentais são menores do que se comparadas à pulverização. As principais vias consistem na dérmica e oral, tendo atenção especial às mucosas. A ingestão pode resultar em sintomas como: tontura, sonolência, tremores e movimentos incoordenados. Sintomas após exposição aguda ao produto formulado incluem: falta de coordenação, tremores, diarréia e perda de peso. Em altas doses observam-se distúrbios na respiração e na movimentação, tremores, hipotermia e reflexos pupilares impareados. Em caso de intoxicação, remover o paciente para longe da fonte de exposição. Pacientes intoxicados pela via oral devem ficar em observação para possíveis danos no esôfago e no trato gastrintestinal, como queimaduras ou irritações e a lavagem gástrica é recomendada em casos de exposição a altas doses. A indução do vômito é contra-indicada em razão do risco de aspiração e pneumonite química. Independente do tipo de exposição, o tratamento é basicamente sintomático. Impactos no Ambiente e nos Animais O produto será aplicado em lugares específicos, o que diminui a chance de morte das plantas, a não ser que a aplicação ocorra diretamente sobre as mesmas. Os animas domésticos devem ser removidos do local, pois as áreas tratadas geralmente são locais de passagem e estadia destes e, antes dos animais retornarem, a área deve ser limpa.
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LAGARTASMétodos de Controle Controle Químico: O controle químico pode ser feito com aplicação de inseticidas, como exemplos de inseticidas sintéticos temos o organofosforado triclorfon e o carbamato carbaril. No passado utilizava-se também o BHC, mas ele foi mundialmente abolido. Para a utilização desse tipo de produto químico é fortemente indicada a contratação de serviço especializado ou, ao menos, da orientação de um especialista, que irá indicar as quantidades, doses e métodos de aplicação corretos. É importante também a utilização de equipamentos adequados tanto para aplicação quanto para proteção. Apesar da eficácia, o controle químico só é indicado em casos mais graves, onde a utilização de métodos mais seguros, como o controle biológico, não se mostrou eficaz. A aplicação indiscriminada de inseticidas sintéticos podem causar diversos danos, entre eles a seleção de populações resistentes à essas substâncias. É muito importante, para se evitar grandes perdas e a completa destruição das folhas da planta, que a praga seja descoberta e que as medidas de combate sejam implementadas o quanto antes. Controle biológico: O controle biológico é uma forma eficiente de se conter diversas pragas, entre elas, a lagarta das palmeiras. No controle biológico, pode-se utilizar desde técnicas de catação manual até o uso de compostos extraídos de plantas que não geram efeitos nocivos ao meio ambiente. Também há a utilização de inimigos naturais de insetos praga como maneira de se conter o avanço dos prejuízos econômicos ao homem. Vários animais são inimigos naturais da lagarta das Palmeiras. A coleta e destruição dos ninhos onde as lagartas se abrigam durante o dia é o método mais simples e eficaz de se controlar a praga, desde que o tamanho da planta permita. Assim como para outras pragas, o controle biológico é possível, com uso de patógenos (que causam doenças) para insetos como Bacillus thuringiensis e parasitóides como pequenas vespas, principalmente Bachimeria sp. e Sphilochalcis morleyi. Esses parasitóides são também insetos, como moscas e pequenas vespas, que atacam as lagartas colocando seus ovos nelas. Desses ovos nascem então larvas de moscas ou vespas que consomem a lagarta da borboleta levando à morte. Registros de vários inimigos naturais já foram feitos, incluindo insetos como microvespas (Hymenoptera), moscas (Diptera) e fungos, que parasitam a espécie em várias fases de sua vida. No campus da Unicamp, Habib e Andrade estudaram uma epizootia (doença que ataca inúmeros animais da mesma espécie) causada pelo fungo Beauveria bassiana nas larvas dessa espécie e indicam a possibilidade do uso desse patógeno no controle biológico. Já se conhece bem uma mosca parasita da espécie Xanthozona melanopyga, que pertence à família Tachinidae, cuja larva se desenvolve dentro da lagarta das palmeiras e emerge na forma de mosca depois que a borboleta empupou. Assim, ao fim da fase de pupa, ao invés de eclodir a borboleta, sai do casulo a mosca Xanthozona. Essas moscas interrompem o ciclo de vida de Brassolis, sendo classificadas como parasitóide. Também pode-se encontrar oviposições com todos os ovos parasitados por microvespas da família Trichogrammatidae (gênero Trichogramma). Essas oviposições são aparentemente normais a olho nu, mas observadas em lente de aumento, percebe-se que cada ovinho possui um furo, de onde emergiu a microvespa parasita. Assim, tanto as moscas como as vespas agem como controle natural, sendo o parasitismo nos ovos mais interessante, pois reduz a população da praga antes que ela cause o dano. O uso de inseticidas químicos, até mesmo no controle de outras pragas, pode prejudicar as populações de inimigo naturais, impedindo que façam seu papel no controle. As pupas desses insetos-praga também podem ser predados por formigas da espécie Paratrechina fulva (Hymenoptera: Formicidae), conhecida popularmente como formiga Cuiabana ou formiga louca. Operárias dessa espécie foram observadas mordendo membranas das pupas e tirando seu conteúdo. Essas formigas não foram observadas atacando as lagartas e nem mesmo caminhando sobre elas, provavelmente por causa dos pêlos que recobrem o corpo das lagartas. A vespinha amarela, da espécie Spilochalcis morleyi (Hymenoptera, Chalcididae), disputa com a mosca Xanthozona melanopyga (Diptera, Tachinidae) o ataque à essa proga, pois são ambas parasitóides da lagarta das palmeiras. Enquanto apenas um indivíduo da mosca Xanthozona se desenvolve em cada pupa hospedeira, no caso da vespinha amarela são várias que emergem de cada pupa, e isso se chama parasitismo gregário. Pesquisas na Unicamp também mostram que as larvas de Brassolis sophorae são altamente susceptíveis à bactéria Bacillus thuringiensis var. kurstaki. No mercado brasileiro existem produtos comerciais à base dessa bactéria, que age apenas contra lagartas de insetos, controlando muito bem as Lagartas das Palmeiras. Sua utilização preserva toda a fauna benéfica de vespas e moscas parasitas mencionada anteriormente, e que complementam o controle dessa praga. As lagartas de Brassolis são completamente inofensivas ao homem e podem até ser consideradas úteis, sendo consumidas entre os índios do Xingu. Os índios coletam as larvas grandes, retiram seu intestino e salgam, para depois consumir (Informação pessoal Dra. E. Setz / IB-Unicamp). Além disso, por serem inofensivas, facilmente encontradas e grandes, essas lagartas podem ser usadas em projetos de educação ambiental, como forma de estudar a metamorfose. As crianças podem procurar os ninhos de lagartas, coletar e manter em uma grande caixa de papelão, fornecendo todo dia folhas de coqueiro como alimento. Vão observar as lagartas crescendo e trocando de pele. Podem também procurar pelas lagartas em áreas com os coqueiros infestados no final de fevereiro ou início de março. Nessa época as lagartas, já bem crescidas, estão descendo do coqueiro, andando por todo o lado e procurando um lugar para formar as pupas. Nesse estágio elas praticamente não dão trabalho, já que não se alimentam mais. Elas podem ser coletadas e colocadas individualmente em vidros grandes, com a tampa cheia de furinhos para respiração, aonde irão empupar. Assim, as crianças podem observar todos os dias, e depois de cerca de duas semanas, podem ver as borboletas emergindo. Elas emergem com as asas ainda pequenas, ficam penduradas na casquinha da pupa e então aumentam o tamanho das asas bombeando ar pelas nervuras. Esse processo costuma ser rápido, demorando menos de uma hora e é uma cena muito bonita de se ver.
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MARIMBONDOSPrevenção: Alguns cuidados que devem ser tomados diante de marimbondos: 1. Não se aproxime de ninhos de abelhas ou vespas ou manipule-os, especialmente se os animais estiverem agitados; Evite movimentos bruscos perto de seus ninhos; 2. Atenção ao som característico do enxame; 3. Caso seja ferroado, verifique se não há alguma reação alérgica. Caso haja reação alérgica, procure um médico. 4. Se a ferroada ocorrer na cabeça e/ou pescoço, procure imediatamente auxílio médico; 5. Caso sinta-se incomodado com a presença de um ninho e queira removê-lo, chame o Corpo de Bombeiros ou empresa especializada. Ataque às videiras: marimbondos x abelhas Os marimbondos, por possuírem mandíbulas bem desenvolvidas, conseguem romper uma película que envolve a uva e assim sugam seu líquido interno. Ao extravasar, esse líquido atrai grande quantidade de abelhas, que acabam expulsando os marimbondos da baga rompida, levando-os a romper outra uva em seguida até, por fim, secar todo o cacho do fruto. Uma baga refere-se a um fruto carnoso simples, muito comum na botânica, no qual a parede do ovário inteiro amadurece em um pericarpo comestível. Por definição, pericarpo é a camada externa do fruto, que envolve as sementes das angiospermas, plantas que apresentam fruto para proteção de suas sementes. O “ataque” de marimbondos e abelhas às videiras deve-se à falta de florada no período de maturação da baga. Esses insetos preferem néctar a qualquer exudato adocicado, sendo as flores a primeira fonte de alimento, e não os frutos. A falta de floradas está associada à ausência de matas nativas próximas aos parreirais, que forneceriam flores durante o período de frutificação da cultura. Outra situação comum é a falta de planejamento dos apicultores, que muitas vezes, superpovoam as áreas próximas aos vinhedos, potencializando o problema relativo a esses artrópodes. O ataque dos himenópteros deve ser monitorado, devendo-se adotar medidas preventivas. Um exemplo disso seria o plantio escalonado de áreas marginais aos vinhedos com espécies que floresçam no mesmo período de maturação da videira. O plantio escalonado consiste na distribuição de variedades de plantas com diferentes características de ciclo de desenvolvimento, em diferentes épocas, dentro do intervalo de tempo indicado para o plantio da cultura em cada região. Isso irá suprir o alimento para as abelhas no período crítico de ataque. Quando possível, ensacar os cachos de uva próximos à colheita. As matas próximas aos parreirais podem ser reflorestadas com plantas do gênero Eucalyptus, por exemplo, ampliando a fonte de alimento para essas espécies. O emprego de repelentes para evitar o ataque de vespas e abelhas na uva tem se constituído uma opção de manejo. Deve-se tomar cuidado com o extermínio dos ninhos de marimbondos, pois são auxiliares na predação de pragas e polinização de culturas, pois alimentam sua prole com insetos como cupins, formigas, lagartas, gafanhotos, etc.
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MOSCASMétodos de dedetização O controle não é fácil de ser feito, muitas vezes exigindo medidas diferentes para cada espécie. Em geral, só se utilizam medidas de controle quando a população destes insetos alcança um número alto capaz de provocar distúrbios ou transmitir doenças. Para se avaliar a eficácia das medidas de controle utilizadas, muitas vezes é necessário fazer uma estimativa da população existente. Essa estimativa pode ser realizada com bastante segurança e eficácia fazendo-se coletas semanais, de adultos e larvas, com armadilhas e iscas apropriadas, durante um ano consecutivo. Essa estimativa nos dará uma informação do número, dos tipos e da localização dos criadouros, bem como a variação estacional das larvas e adultos, com indicação das épocas mais adequadas para se fazer o controle. Em geral, pode-se afirmar que a deficiência dos serviços sanitários, como coleta e depósito de lixo, favorecem a multiplicação dessas moscas. O controle biológico é o mais eficaz. Entretanto, para ele ser feito, deve-se obter um estudo detalhado da biologia da mosca e seu papel no local.
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MOSQUITOSOs objetivos de qualquer programa de controle de mosquitos devem ser: evitar picadas de mosquito, manter as populações a um nível aceitável, minimizar contato entr e mosquito e vertebrados, e reduzir a fertilidade das fêmeas. Todas estas medidas visam minimizar o desconforto e os efeitos negativos da picada e perda de sangue e interromper a transmissão de patógenos. Modificação do Habitat Como resultado da estreita relação e impacto causado pelos mosquitos na população humana, a modificação física de lugares onde os mosquitos possam pôr ovos, as larvas e pupas se desenvolvem, a lugares onde os adultos interagem com os seres humanos. O que mais demanda trabalho é a redução das áreas onde os mosquitos depositam os ovos e desenvolvem as larvas. Isto inclui principalmente, alteração do nível de disponibilidade ou eliminar a água. Por exemplo, colocar bolas de plástico flutuando na superfície da água das áreas utilizadas pelos mosquitos para deposito dos ovos e desenvolvimento de suas larvas tem sido muito eficaz. No entanto, é óbvio que este é um quadro útil em uma escala pequena, mas significativa. Eliminar recipientes (naturais e artificiais) que coletam água, como pneus de veículos, vasos, e qualquer recipiente ao ar livre com água. Controle Biológico Em matéria de controle biológico tem sido tentado e ainda estão tentando encontrar organismos que consomem ou interferem com qualquer um dos quatro estágios de vida do mosquito. Podemos fazer menção de várias estratégias que tem tido algum efeito, entre elas, uso de predadores aquáticos que consomem larvas e pupas, peixe Gambusia affinis e Fundulus spp. Outros peixes como Tilápia e Cyprinus que removem vegetação aquática que proporciona abrigo para mosquitos. Entre as muitas espécies de organismos que têm sido procuradas que podem exercer algum controle sobre mosquitos, devemos salientar as bactérias thuriengiensis Bacillus. israelensis ou IPV. Neste caso, é um larvicida e morre como resultado da ingestão de uma toxina de proteína cristalina produzida pela célula durante a esporulação. Esta toxina afeta o intestino e, assim, a digestão, causando a morte da larva. Controle Genético Este é um método dentro do controle biológico que está em fase experimental devido aos resultados limitados. Suas estratégias visam à liberação de machos estéreis ou incompatíveis resultando em um declínio da população, e também a liberação dos vetores naturais. Controle Químico Larvicidas são colocados na água, onde as larvas se desenvolvem ou onde a água se acumula, proporcionando um ambiente adequado para a oviposição e desenvolvimento larval. Entre os aprovados para o uso estão hoje, o óleo mineral, organofosforados e reguladores de crescimento de insetos. Os óleos de rápida degradação são dispersos para cobrir a superfície da água, o que sufoca larvas e pupas. O regulador de crescimento mimetiza um hormônio juvenil e interfere na metamorfose e na emergência de adultos. A escolha do tipo e da formulação do larvicida depende da biologia do mosquito, o tipo e o tamanho do habitat. Alguns permitem que você aplique quando a área está seca e, em seguida, é ativado quando a região fica alagada. Antigamente, esses produtos eram parte de um arsenal de estratégias no controle da malária a nível mundial. Inseticidas Existem várias formas de aplicação de inseticidas, destacando- se residual, fumacê e ultrabaixo volume. Em escala maior, o residual é usado com aplicações de inseticidas nas paredes internas e externas das casas e nos abrigos de animais domésticos, considerados locais de repouso dos mosquitos domiciliares. O inseticida de escolha é o DDT em vista de seu baixo custo e alto efeito inseticida. No Brasil, a Fundação Nacional de Saúde não utiliza mais o DDT em suas atividades antianofélicos, mesmo na Amazônia; a recomendação atual é de se usarem piretróides, que, apesar do preço elevado, possuem ótima ação inseticida e nocividade ambiental irrelevante. Outros inseticidas sintéticos a base de organofosforados e carbanatos também são utilizados, porém necessitam de aplicações mais frequentes (cada dois a três meses). O tratamento por aspersão (fumacê) é usado principalmente em epidemias para matar rapidamente os mosquitos adultos que estão infectados, evitando assim a disseminação de doenças. Os inseticidas são vaporizados nos dispersores em altas temperaturas (acima de 200°C) e podem ser aplicados por veículos ou por uma pessoa. Os aerossóis de ultrabaixo volume (UBV), que são também produzidos por máquinas, podem usar os inseticidas Malathion, Fenitrothion ou Permetrina e aplicados por veículos de modo que possam cobrir uma área grande num tempo curto. Controle Comportamental (Atraentes) Este método consiste em atrair e capturar os insetos em armadilhas, reduzindo a população de insetos a níveis toleráveis. Este método é utilizado na agricultura para o controle de vários insetos-praga, porém na Entomologia Médica-Veterinária é usado apenas para o controle de alguns insetos, como, por exemplo, a mosca tsé-tsé (Glossina morsitans) no Zimbábue. Este método alternativo de controle de insetos tem sido extensivamente estudado em todo o mundo, inclusive no Brasil. Atualmente, este método está sendo usado experimentalmente para monitorar fêmeas grávidas de Aedes aegypti em áreas urbanas por meio de armadilhas de oviposição em atraentes. Os atraentes são voláteis, provenientes de infusões de matéria orgânica (ex.: gramíneas) que atraem fêmeas grávidas de mosquitos para a oviposição. Outros atraentes que estão sendo pesquisados e apresentam grande potencial para capturar mosquitos adultos são originados dos voláteis do odor humano, que atraem fêmeas para o repasto sanguíneo (ex.: CO2, octenol, ácido láctico e outros voláteis). Armadilhas luminosas também são utilizadas para capturar mosquitos em áreas silvestres. Monitoramento Esta atividade é crucial para um programa de controle eficaz, pois tem por objetivo determinar a distribuição, abundância e grau de atividade patogênica. A idéia é dispor de informações para agir diante de um grande problema.
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PERCEVEJOSOs insetos se tornam pragas quando conflitam com o bem estar, estética ou prejudicam os lucros comerciais do homem. O controle destes insetos pode ser feito tanto por controle biológico, quanto pelo uso de produtos químicos. Por que os insetos se tornam pragas? Os insetos podem se tornar pragas por uma ou mais razões. Insetos inofensivos se tornam pragas devido a uma introdução acidental em áreas fora de sua distribuição nativa, onde escapam de seus inimigos naturais ocasionando grande crescimento populacional, ou, propagação deliberada de suas plantas hospedeiras por meio do cultivo humano, no caso dos fitófagos. Além disso, o inseto pode se tornar vetor de uma doença ou mesmo de um parasita humano. Para acompanhar a evolução da população e definir a hora de efetuar o controle, é necessário realizar amostragens de percevejos, e essas devem ser feitas com um pano-de-batida. É o mesmo pano usado para as lagartas, de preferência branco, com 1 m de comprimento. Em campos de cultivo, como no caso da soja, estende-se o pano entre duas fileiras de soja, e bate-se de maneira a sacudir bem as plantas, fazendo com que os percevejos caiam sobre o pano para serem contados. Deve-se amostrar vários pontos da lavoura, calculando uma média de percevejos por batida de pano, e realizar as amostragens com maior intensidade nas bordaduras da lavoura, por onde o ataque geralmente inicia. Comparando o número achado nas bordas com o do interior da lavoura pode-se localizar os focos iniciais, o que propicia economia, fazendo-se o controle somente nas margens da lavoura quando o ataque ainda está restrito a estas. As vistorias para avaliar percevejos devem ser feitas durante o período de formação e enchimento das vagens até o início da maturação fisiológica. É recomendado o período da manhã, até 10 h, quando os percevejos estão mais ativos sobre as plantas. Controle Biológico São inimigos naturais do(s) organismo(s) alvo(s) /pragas, introduzidos no mesmo ambiente como tentativa de restaurar o equilíbrio no habitat. Estes inimigos podem ser animais predadores, parasitas e/ou patógenos que atacam a população do organismo considerado praga. Uma vantagem dos inimigos naturais é a sua especificidade na escolha de um hospedeiro, embora esta seleção nem sempre resulte na erradicação as pragas. econômicas das pragas. Controle Químico É assim denominado devido ao uso de substâncias químicas para diminuir a população do organismo considerado praga. Podendo ser inseticidas ou reguladores de crescimento. Os inseticidas podem ser sintéticos ou naturais. Apesar de natural, o inseticida pode ser altamente tóxico para os mamíferos como, por exemplo, os alcalóides e o nim (provenientes de plantas). Apesar dos riscos dos inseticidas convencionais, seu uso frequentemente é necessário. Contudo, a escolha e a aplicação cuidadosa do produto químico podem reduzir os danos ecológicos. O uso apropriado e eficiente exige um conhecimento completo da biologia da praga no campo e uma avaliação das diferenças nos inseticidas disponíveis. Recomenda-se oficialmente a adição de sal de cozinha refinado à calda de pulverização. A adição do sal possibilita a redução pela metade da dose de certos inseticidas recomendados, diminuindo assim o impacto ambiental. Recomenda-se para equipamentos terrestres a concentração de 0,5% (500g de sal em 100L de calda). No uso de equipamentos aéreos, deve-se utilizar a concentração de 0,75% (750g de sal em 100L de água). O sal não é volátil, portanto, não atrai os percevejos de áreas vizinhas, além de afetar o comportamento desses insetos, aumentando a atividade de “tateamento” do alimento, causando um efeito arrestante (aumento do tempo de permanência do inseto sobre o alimento). Isso faz com que os percevejos permaneçam mais tempo na área, contaminando-se com os inseticidas mais facilmente. O controle químico para uma cultura só é indicado se após o controle biológico a população de percevejo persistir e estiver com dois insetos (adultos + ninfas) por metro de fileira de plantas. Há a necessidade de escolher o inseticida recomendado para o controle químico dos percevejos para a cultura específica. Além da eficiência, é importante o critério da seletividade, ou seja, o efeito do produto sobre os inimigos naturais do percevejo. Portanto, na escolha do inseticida deve se priorizar aqueles que afetam menos as vespinhas, moscas e outros parasitóides e predadores que ocorrem nas lavouras e são importantes no controle das populações dos insetos pragas. Cuidado Os organoclorados possuem efeito residual, não são biodegradáveis, e por isso o uso contínuo na agricultura pode levar a casos de intoxicação animal e humana (hemorragia capilar cerebral, hepática e renal) e ao desequilíbrio biológico. Por isso a Organização Mundial da Saúde criou uma lei (Portaria Ministerial n° 356, de 14/07/71) proibindo o uso agropecuário dos inseticidas organoclorados (exemplo DDT). Ressaltando a necessidade de se conhecer o produto adquirido ou utilizado pela empresa prestadora do serviço de desinsetização. Os reguladores de crescimento de insetos interferem no desenvolvimento ou no metabolismo do inseto, possuindo alta especificidade contra estágios específicos das pragas e com baixo nível de toxicidade aos mamíferos. O método de controle de espécimes fitófagos e hematófagos devem ser analisados separadamente: Hematófagos Controle Químico Triatoma infestans (barbeiro) Os inseticidas organoclorados e piretróides correspondem ao método barato e rápido. Sua aplicação acarreta o decaimento rápido da população intradomiciliar, obtendo-se a negativação das casas em pouco tempo e a interrupção da transmissão vetorial. Atualmente são utilizados outros inseticidas testados pelo Programa de Controle da Doença de Chagas: os piretróides, ésteres de ácido crisantêmico, delmatrina, cipermetrina e a lambdaciolotrina. Controle químico através de hormônio: juvenilizante, estimuladores de crescimento, inibidores de quitina: O Hormônio juvenilizante é um método ainda em fase de teste. Basicamente, ele mantem os “barbeiros” sexualmente imaturos até o quinto estádio ninfal. Porém, apresenta algumas desvantagens por reduzir lentamente o número de insetos, permitindo que os triatomíneos continuem se alimentando, mesmo afetados pelo hormônio. Já os estimuladores de crescimento agem nas ninfas de quarto estádio produzindo adultos sem o amadurecimento sexual, impedindo desta forma a reprodução desses insetos. Os inibidores de quitina interferem com a formação dos triatomíneos, deixando-os susceptíveis a ação dos predadores, pois há a interferência na produção de quitina, que é essencial para a formação do exoesqueleto no processo de ecdise. Cimex lectularius (Percevejo de cama) Os organoclorados mais utilizados foram DDT, BHC (isômero gama), dieldrin e aldrin, mas após a proibição do uso pelo OMS, os organofosforados, como malation e diazinon passaram a ser empregados. Atualmente, os percevejos de cama tem se mostrado resistentes a esses inseticidas. Controle Biológico Barbeiro Patógeno: Metarrhizium anisopliae o fungo infecta o barbeiro. Parasitas: os micro hemípteros (insetos dos gêneros Telenomus e Ooencyrtus) e os microácaros Predadores: Formigas e aranhas. O controle biológico não possui a finalidade de eliminar os triatomíneos, mas sim de manter o equilíbrio entre a sua população e a de seus predadores. Porém, a eliminação desses insetos é de grande interesse, visto que o barbeiro é o vetor da doença de Chagas. Assim, a utilização deste método seria limitada e com pouca perspectiva de aplicação prática, a não ser que associada a outro método de maior eficácia. Fitófagos Independentemente do método de controle, é importante salientar que os percevejos iniciam a infestação/ataque a uma lavoura pelas áreas marginais, onde se concentra a maior parte das populações. Devido a esta característica, a maioria dos métodos de controle deve ter início nas áreas marginais das plantações. Controle Biológico O controle biológico dos percevejos fitófagos é feito de acordo com a espécie do inseto responsável pela infestação: Organismo Pátogeno Leptopharsa gibbicarina: Pode ser controlado biologicamente por pulverização do fungo Sporothrix insectorum na lavoura; L. heveae (percevejo-de-renda): O controle biológico é feito através da infecção do percevejo pelos fungos Sporothrix insectorum e Hirsutella verticillioides; Corythucha ciliata (percevejo-de-renda do plátano): Os fungos Acremonium strictum, Verticillium lecanii, Beauveria bassiana e Paecilomyces farinosus podem exercer papel de controle da população do inseto/praga. Scaptocoris castanea e Atarsocoris brachiariae (Percevejo castanho): O método mais comum e viável é através do controle biológico com o fungo M. anisopliae, uma vez que o controle químico do percevejo é muito difícil. Organismo Parasita E. heros (percevejo marrom): A vespa Trissolcus basalis parasita os ovos desse percevejo, o Microhimenóptero Hexacladia smithii é responsável por parasitar os percevejos adultos; N. viridual (percevejo verde ou fede-fede): Os ovos podem ser parasitado pela vespa Telenomus podisi, enquanto as ninfas e adultos são parasitados pela mosca Trichopoda giacomellii. Controle Químico Os grupos químicos mais usuais e efetivos no controle dos percevejos são os Organofosforados (como por exemplo Acefato Fersol 750 SP), piretróides (Fastac 100 EC), carbamato (Carbaryl Fersol 75 DP) e fenilpirazol (Klap 200 SC). A utilização dos inseticidas para a espécie Dichelops melacanthus (percevejo barriga-verde) pode ser feita através da pulverização ou até via tratamento de sementes com inseticidas sistêmicos. Controle Alternativo Uso de plantas armadilhas: De uma maneira geral, os percevejos são atraídos por leguminosas. No caso do percevejo verde pequeno, P. guildinii, as anileiras, leguminosas nativas do gênero Indigofera, atraem o inseto que permanece sobre as plantas no período de entressafras. Assim, podem-se eliminar os insetos diminuindo a sua população antes que eles dispersem pela lavoura. Duas espécies mais comuns de anileiras são a Indigofera truxillensis e a I. suffruticosa, arbustos comuns em áreas abandonadas e em beira de estradas. Uso de estacas armadilhas: Outra medida de manejo dos percevejos é o uso de estacas com estopas embebidas em uma mistura de inseticidas com sal. Estas estacas, chamadas iscas tóxicas, são colocadas a uma altura acima do dossel (copa ou região das folhas) das plantas, fazendo com que os percevejos se desloquem para este local. O uso destas estacas é importante no monitoramento da população de percevejos, indicando a presença destes insetos em uma lavoura. As estacas devem estar localizadas, de preferência, nas margens das lavouras, onde normalmente tem início a infestação. Manejo da serra pilheria (palhada): O percevejo marrom, E. heros, passa cerca de sete meses do ano sob a palhada seca na superfície do solo em diapausa (parada prolongada que ocorre no desenvolvimento dos insetos), como por exemplo, embaixo de folhas caídas de mangueiras, cafeeiros e feijão guandu. Os adultos não-diapausantes apresentam coloração marrom escura e espinhos pronotais pontiagudos, enquanto os adultos diapausantes são de cor marrom avermelhada e com espinhos pronotais arredondados. Recomenda-se examinar as palhadas e ao constatar os percevejos, estes devem ser eliminados, enterrando a palhada ou aplicando inseticida nos focos de infestação.
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POMBOSOs mecanismos de controle consistem em evitar alimentá-los; não deixar frestas entre telhas, pois os pombos podem entrar por estas frestas e construir suas ninhadas; restringir áreas onde os pombos pousam e espantar os animais existentes no local. Alimentar os pombos, além de ser um estímulo para que sua população cresça é um estímulo negativo à natureza do animal, pois isso o deixa desestimulado a procurar alimentos na natureza, como sementes e insetos; prejudicando no replantio de plantas e controle de insetos, além de diminuir o tempo de vida dessas aves. Frestas em telhados, principalmente de lugares altos, são portas de entrada para pombos e outras aves que se adaptaram a viver em ambientes urbanos. Os pombos preferem lugares altos para poderem observar o ambiente em que vivem e para obtenção de comida. As colônias produzem uma quantidade muito grande de fezes, as quais servem como ótimos lugares para abrigar bactérias, fungos e alguns vírus, podendo transmitir várias doenças como, por exemplo: criptococose, histoplasmose, ornitose, salmonelose, toxoplasmose, encefalite, dermatites, alergias respiratórias, doença de Newcastle, aspergilose e tuberculose aviária. Deve-se restringir os locais onde os pombos pousam, principalmente em lugares públicos, pois suas fezes transmitem as doenças citadas acima. Estratégias adotadas para evitar o pouso dessas aves são: Instalação de armações de hastes pontiagudas que cubram a maior parte de uma superfície plana, que poderia ser utilizada para o pouso; Mudança do ângulo de inclinação da superfície de pouso; Instalação de fios de nylon ou arame ao longo da superfície de pouso; Instalação de espiral ao longo da superfície de pouso; Instalação de dispositivos giratórios; Pendurar materiais brilhantes como CDs e fitas de saco plástico em possíveis locais a serem freqüentados pelos pombos; Aplicação de substâncias pegajosas (gel repelente) em camada fina para que o pombo evite o local. Se já existem pombos no local, deve-se primeiro limpar o local, retirando toda a comida ou material orgânico existente para que os pombos sejam obrigados a procurar alimentos em outro lugar, preferencialmente na natureza; depois pode-se utilizar espantalhos ou manequins, objetos brilhantes e coloridos, objetos dotados de movimento como bandeirolas, móbiles de CDs, balões infláveis e fitas coloridas que assustam as aves e as afastam do local por algum tempo. Pode-se utilizar também repelentes químicos como géis na superfície onde pombos freqüentam, já que isso causa um desconforto nas aves. O uso de produtos com odores fortes como creolina, naftalina ou formalina também afastam as aves enquanto seu odor permanecer no local.
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PULGASAlgumas medidas simples podem ser tomadas para prevenir a proliferação de pulgas: Limpar a casa pelo menos uma vez por semana, de preferência utilizando um aspirador de pó, o qual recolhe não apenas ovos, larvas e pupas, mas também a poeira que serve de alimento para as larvas; Lavagem do piso dos domicílios; Evitar o uso de carpetes; Lavagem de panos e tecidos frequentemente; Manter a higiene dos animais domésticos, bem como lavagem de suas “camas”; Impedir o contato dos animais de estimação com outros que ficam andando pela rua sem dono, pois estes normalmente transmitem pulgas; Usar calçados para prevenir a penetração de pulgas e “bichos-de-pé”.
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PULGÕESNormalmente os agricultores ou pessoas que sofrem de problemas com essa praga na produção de plantas ornamentais, costumam utilizar inseticidas químicos, fato que pode causar o aumento na quantidade de afídeos devido ao desequilíbrio resultante da destruição de inimigos naturais e redução do controle biológico natural. Disso decorrem alterações em interações importantes na regulação populacional de espécies fitófagas. Para produtores orgânicos ou de plantas aromáticas ou medicinais, o uso de inseticidas não costuma ser aceitável. E ainda, visando reduzir os danos causados pela aplicação de inseticidas químicos pelos agricultores convencionais, novas estratégias de manejo são propostas freqüentemente e avaliadas. Dentre essas novas estratégias de manejo estão métodos alternativos como o controle biológico e plantas geneticamente modificadas que sejam resistentes a insetos. Contudo, esses novos métodos devem avaliados quanto ao seu impacto ecológico, para que as plantações se desenvolvam em bases sustentáveis. Para se desenvolver novas técnicas de manejo de forma eficiente, como o desenvolvimento de programas de controle biológico, é necessário que se entenda a vida de uma praga em diversos hospedeiros, como conhecimentos acerca do crescimento, desenvolvimento e comportamento de pulgões. Os inimigos naturais dos pulgões incluem tanto insetos predadores como as joaninhas, larvas de moscas, meurópteros e vespas parasitóides, entre outros, que podemos chamar de Fatores Bióticos de mortalidade. Os pulgões são também susceptíveis às condições ambientais, o que então chamamos de Fatores Abióticos de mortalidade. Ventos fortes, chuvas intensas, temperaturas extremas, entre outros são fatores que afetam a vida de um pulgão, por se tratar de um animal diminuto e, por isso, fortemente influenciável pelos fatores descritos. Fora o controle biológico ou controle natural, o controle químico, como o uso de organofosforados e piretróides, por exemplo, torna-se delicado e tem que ser avaliado cada caso. Pode não ser possível, se pretendemos consumir as folhas que os pulgões estão atacando e pode ser difícil devido à resistência aos inseticidas apresentada por afídeos. Os inseticidas piretróides por exemplo, podem aumentar a infestação quando aplicados, uma vez que elimina seus inimigos naturais, que não se recuperam tão rapidamente como o próprio pulgão se recupera da aplicação do inseticida. No cultivo de hortas, o óleo de Nim (ou Neen) pode ser utilizado, assim como em plantas ornamentais e em árvores frutíferas, para o controle de pulgões, já que fortalece o desenvolvimento da planta, evitando o ataque de pragas. Outro composto utilizado como inseticida botânico são os óleos voláteis da flor Tagetes minuta (cujo nome vulgar é cravo-de-defunto). Esses óleos são capazes de induzir queda na reprodução de afídeos em espécies como Aulacorthum solani e Acyrthosiphon pisun. Soluções de nicotina, sob a forma de sulfato, podem ser pulverizadas, obtendo-se resultados satisfatórios com uma solução simples de 1/800. Um excelente inseticida de contato é a rotenona, cujo emprego pode ser no Brasil, em solução aquosa a 1%. O extrato de timbó, presente no mercado, contém rotenona e outros princípios ativos, simples ou associado à piretrinas, que se recomenda usar em solução aquosa a 1% ou mesmo a 1/300. Os afídeos possuem uma gigantesca incapacidade de se defenderem, contrastando com sua enorme capacidade de proliferação. Isso faz com que sejam facilmente atacados por seus predadores, não apresentando eles próprios, um único mecanismo de defesa, tornando-se vítimas fáceis. Mal se inicia a formação de uma colônia de pulgões e logo o ataque por inimigos naturais é iniciado. Alguns dos inimigos naturais de afídeos estão entre as ordens Diptera (são comidos por larvas de moscas), Hymenoptera (são atacados por vespas), Coleoptera (são enormemente atacados por joaninhas) e Neuroptera (as larvas da formiga-leão são predadoras). Aí então, surge o papel importante do orvalho açucarado. Várias espécies de formiga, em troca da secreção açucarada expelidas nas fezes pelos pulgões, os defendem do ataque de predadores e parasitas. Algumas espécies chegam até mesmo a transportar os pulgões para lugares mais produtivos ou protegidos, de acordo com a época do ano. Estudos realizados mostraram que o conjunto de espécies de inimigos naturais dos pulgões, como, por exemplo, aranhas e joaninhas existentes em plantações de algodão, são capazes de exercer seu controle populacional, mantendo as populações desse inseto em níveis baixos, evitando a aplicação de inseticidas e não causando prejuízos à plantação. Além de aranhas e joaninhas, outros predadores como os neurópteros crisopídeos, e as moscas sirfídeos ou as tesourinhas atuam como importantes predadores de pulgões. Além desses predadores, inimigos naturais do pulgão do algodoeiro podem ser citados, como por exemplo, parasitas de algumas famílias da ordem Hymenoptera e larvas de insetos da ordem Diptera . Estes parasitam o pulgão, aonde colocam seus ovos, e vai ser o local onde suas larvas irão se desenvolver, usando o pulgão como alimento nessa fase de desenvolvimento. As espécies mais comuns de afídeos que atacam as plantações de trigo são Metopolophium dirhodum (Walker), Schizaphis graminum (Rondani), Sitobion avenae, Rhopalosiphum padi (L.) e Rophalosiphum rufiabdominale (Sasaki), ocasionando danos diretos, pela sucção da seiva, e indiretos, pela transmissão de doenças das plantas, especialmente o vírus amarelo da cevada, por exemplo, como já mencionado. Na Família Brachonidae das vespas, estão os parasitóides da subfamília Aphidiinae, que são os inimigos naturais mais efetivos e podem ser usados em programas de controle biológico de pulgões. No passado, muitas espécies foram estudadas como candidatas para exercer o controle biológico de pulgões, entre as quais estão Aphidius colemani, Lysiphlebus testaceipes, Praon volucre. E dentre essas espécies candidatas, Aphidius colemani e Lysiphlebus testaceipes já estão disponíveis no mercado. Essas minúsculas vespas colocam seus ovos dentro dos pulgões que, devido ao ataque das larvas, ficam mortos na planta com um aspecto de mumificados. Se observados com uma lente de aumento, depois que as vespas saem do seu corpo, pode-se notar o furo por onde as vespas saíram. Se o clima for atípico, ou seja, o outono e inverno da região apresentarem-se quente e seco na região sul, o produtor de cereais deve ficar atento ao controle dos pulgões. Um exemplo da atuação do controle biológico de vespas sobre os pulgões pode ser visto na região Sul do Brasil. O trabalhou foi iniciado no final da década de 70, com a importação de 14 espécies de vespas, inimigos naturais dos pulgões, como já citado, e que passaram a ser estudadas e multiplicadas nos laboratórios da Embrapa daquela região. Essas vespas iniciam a ação efetuando a oviposição no interior do corpo dos pulgões; do ovo nasce uma larva que, ao alimentar-se do hospedeiro, leva-o à morte. Cada indivíduo de vespa pode parasitar até 300 pulgões, num período de 7 a 10 dias. Do corpo do pulgão morto é originada uma nova vespa, que dará continuidade ao processo de parasitismo e morte dos pulgões, ao reiniciar o ciclo com a postura de ovos em um novo pulgão. Segundo técnicos da Embrapa, após décadas de liberação das vespinhas no ambiente, esses insetos parasitas conseguiram se adaptar e hoje a multiplicação nas lavouras ocorre de forma independente da ação do homem. Porém, o uso de agrotóxicos para controle dos pulgões pode acabar eliminando também os inimigos naturais, ou seja, provocando a redução progressiva das vespinhas no ambiente favorecendo o aumento populacional de pragas, como os pulgões. No Brasil, essa metodologia de controle vem sendo intensamente pesquisada, e alguns testes de liberação de inimigos naturais já foram realizados, principalmente em relação às plantas ornamentais, como o crisântemo, as rosas e as gérberas. Entre os inimigos naturais pesquisados estão os parasitóides Aphidius colemani, Lysiphlebus testaceipes e Praon volucre.
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RATOSA intoxicação por rodenticidas de efeito agudo ocorre mais comumente pelas vias: oral, dérmica e inalatória e pode causar ao homem sintomas como: rigidez dos músculos do pescoço e da face seguida de hiperreflexia e hiperexcitabilidade que podem resultar no principal sintoma desse tipo de intoxicação, a convulsão. Outros sintomas que caracterizam o quadro são: gastrite, diarréia profusa, irritabilidade, sonolência, delírio, espasmos, tontura, tremores, paralisia e até coma. Caso a intoxicação seja por via oral, não é recomendável a indução do vômito devido ao risco de convulsões e aspiração. Nesses casos, realizar uma lavagem gástrica seguida de carvão ativado. Para o controle das convulsões, o diazepam é o fármaco de escolha por ser também miorrelaxante. Já os rodenticidas de efeito crônico, apresentam as mesmas vias de intoxicação que os de efeito agudo, porém os sintomas são distintos: inicialmente assintomáticos, progridem para sangramento em diversos órgãos. Em casos mais graves, observa-se hemorragia maciça (geralmente interna), dor abdominal aguda, choque e coma. O tratamento para este caso de intoxicação é geralmente lento e requer muito cuidado, pois se deve evitar qualquer fármaco que altere o metabolismo dos anticoagulantes. Em todos os casos, sugere-se uma lavagem gástrica e transfusões sanguíneas a fim de manter os índices volêmicos. Quando fazer a dedetização de ratos? O número de ratos existente numa colônia depende, principalmente, da disponibilidade de abrigo e de alimento. Assim quanto maior for a quantia de alimento disponível, maior será a população de ratos da colônia. A desratização deve ser feita quando uma determinada área apresenta sinais que indicam problemas com roedores. Estes sinais podem ser: – Sons: os roedores produzem sons, especialmente à noite, sons de roer, de corridas curtas e rápidas, de bater de dentes, guinchos e correrias (lutas ou acasalamento). É muito comum escutar tais sons nos tetos, telhados ou forros das residências infestadas. – Fezes: as fezes dos ratos, em forma de contas, chamadas cíbalas, são facilmente localizadas a olho nu e variam conforme a espécie; – Urina: a urina dos roedores emite fluorescência se exposta à luz ultravioleta, mesmo depois de seca, além de exalar um odor sui gêneris (“único em seu gênero”); – Trilhas: encontrada a céu aberto, pois nelas a vegetação não consegue crescer; – Marcas de gordura: manchas contínuas de cor escura junto aos rodapés, próximas aos cantos, sobre canos ou caibros, feitas pela gordura que os ratos deixam ao roçarem seus corpos quando caminham pelos mesmos lugares; – Roeduras: lascas de madeira nos cantos das portas e parapeitos de janelas, pequenos orifícios semicirculares em armários, guarda-roupas, cômodas, paredes, etc. Observação de marcas de dentes em materiais roídos. – Ninhos: feitos geralmente com papel roído, alguns trapos ou outros materiais macios, mas com a presença de pêlos da fêmea. Freqüentemente há restos de alimentos nesses ninhos; – Observação visual: com a utilização de uma lanterna durante a noite. Ratos vistos durante o dia podem sugerir uma infestação relativamente alta porque eles são animais de hábitos noturnos; – Excitação de cães e gatos: ocorre em determinado ponto do chão ou da parede onde os ratos possam estar presentes, especialmente se esses roedores invadiram a área recentemente; – Odor: os ratos possuem um odor sui gêneris (particular de cada gênero), o qual pode ser reconhecido facilmente ao entrar em um recinto infestado. Rato de Esgoto A espécie Rattus norvegicus, também conhecida como ratazana ou rato de esgoto, pertence a classe Mamiphera, ordem Rodentia, família Muridae e gênero Rattus. Essa espécie possui o comprimento da cauda menor do que os comprimentos da cabeça e do corpo quando somados. Além disto, tem orelhas e olhos pequenos e nariz arredondado. Seus pés ainda apresentam resquícios de membranas interdigitais e dedos longos. Sua cor é muito variada, assim podem ser encontradas ratazanas acinzentadas, acastanhadas, nos tons de marrom, com trechos brancos ou até em negro uniforme. Também é possível encontrar, eventualmente, um rato de esgoto totalmente branco (albino), produzido ao acaso pela natureza ou pela sua fuga do laboratório, o qual sobreviveu e cruzou com Rattus norvegicus selvagens. As ratazanas têm hábitos fossoriais, ou seja, escavam tocas e túneis no subsolo onde constroem seus ninhos. Na abundância de alimentos, como os provenientes do lixo orgânico inadequadamente disposto ou tratado, a proliferação desses roedores tem se acentuado. É, a espécie de roedor mais favorecida pelo ambiente urbano degradado por ocupações clandestinas, adensamento de locais carentes de infra-estrutura básica de habitação e saneamento, sendo responsável por surtos de leptospirose, mordeduras e agravos causados por alimentos contaminados por suas fezes e urina. Rato de Telhado A espécie Rattus rattus, também conhecida como rato de telhado, rato preto, rato-do-forro ou rato-de-navio, pertence a classe Mamiphera, ordem Rodentia, família Muridae e gênero Rattus. Essa espécie possui características semelhantes as dos ratos de esgoto, porém, seus pés não apresentam resquícios de membranas interdigitais, mas sim calosidades nos dedos. Sua cor predominante é cinza grafite no dorso e acinzentado ou branco no ventre. É importante salientar que a cor do pelame do roedor não auxilia na identificação da espécie. Não é por que o rato preto (R. rattus) tem esse nome popular, que todos os seus representantes são da cor negra. O rato preto, diferente do rato de esgoto, prefere construir seus ninhos no oco de árvores, em vegetação densa, nos forros de residências, nas estruturas de sustentação dos telhados ou outras construções. Circunstancialmente, podem escavar tocas no solo, mas isso só acontece se não houver como e onde construir seus ninhos no alto, ou então quando há um excedente da população desses ratos. Possui grandes habilidades, como caminhar sobre fios elétricos e subir em galhos de árvores, além de escalar superfícies verticais, adaptando-se perfeitamente à arquitetura urbana formada por grandes edifícios e casarões assobradados, locais onde encontra grande facilidade para se abrigar e obter alimentos, propiciando a expansão e dispersão da espécie. Quais os produtos utilizados na desratização, sua composição e como agem? São utilizados os rodenticidas classificados quanto à rapidez do efeito. São eles: os agudos (tóxicos nervosos) e os crônicos (anticoagulantes). Os rodenticidas agudos provocam a morte do roedor dentro das primeiras 24 horas após sua ingestão, atuando, portanto no sistema nervoso do animal (tóxicos nervosos). Dentre eles encontram-se: a cila vermelha, a estricnina, o arsênico, o Antú, o 1080 e o 1081, o sulfato de tálio, a norbomina, a piriminil-uréia e o fosfeto de zinco. Sendo todos eles utilizados e comercializados no Brasil em algum período. Porém, posteriormente, foram proibidos ou descontinuados, seja porque a agonia violenta do roedor provocou a aversão da sociedade por razões humanitárias, seja porque o produto era inespecífico. Já os rodenticidas crônicos provocam a morte do roedor em mais de 24 horas após sua ingestão. Eles agem interferindo no mecanismo de coagulação sanguínea, morrendo desta maneira, por hemorragias internas e eventualmente externas. Provavelmente, mais de 90% das operações de controle de roedores em todo o mundo são realizadas através do emprego de pelo menos um raticida anticoagulante, devido à sua grande segurança de uso e a existência de um antídoto seguro: a vitamina K1 injetável (Kanakion ou Synkavit). Esses rodenticidas anticoagulantes podem ser divididos em dois grupos: os derivados da cumarina (chamados de cumarínicos ou warfarínicos) e os derivados da indandiona. E, ainda podem ser classificados quanto ao número de doses: dose múltipla e dose única. Os rodenticidas anticoagulantes de dose múltipla possuem um efeito cumulativo nos roedores, ou seja, necessitam serem ingeridos alguns dias seguidos (de dois a cinco) para que os sintomas do envenenamento apareçam. Existem vários compostos desse grupo, também chamados de “anticoagulantes de 1° geração”, que foram e são usados no Brasil, mas em escala reduzida como raticidas comerciais atualmente. Podendo, desta maneira, ser citados como exemplos os seguintes anticoagulantes: clorofaciona, cumacloro, cumatetralil, difaciona, difenacoum e warfarina (ou cumafeno). Por último, há os rodenticidas anticoagulantes de dose única, também reconhecidos como “anticoagulantes de 2ª geração”, que provocam a morte do roedor entre 3 a 5 dias após a ingestão do rodenticida, embora possa ocorrer até 14 dias depois. São pertencentes ao grupo dos hidroxicumarínicos e podem ser exemplificados pelo: brodifacoum, bromadiolone, flocoumafen e a difetialona. Há outro composto, o difenacoum, o qual é colocado por alguns autores no grupo dos “anticoagulantes de 2ª geração”, porém há outros que preferem classificá-lo como anticoagulante de transição (situado entre a primeira e a segunda geração), pois embora seja eficaz contra roedores resistentes é igualmente de dose múltipla (efeito cumulativo). Apesar desses rodenticidas anticoagulantes de dose única apresentar vantagens sobre os de dose múltipla como, por exemplo, a necessidade de apenas uma ingestão, a não necessidade de reposições das iscas e o baixo custo referente a mão de obra barata no tratamento, encontram-se diversas desvantagens. Entre elas, o fato dos ingredientes (princípios ativos) possuírem maior toxicidade quando comparadas aos anticoagulantes de primeira geração, sendo assim um fator limitante para o seu emprego em larga escala e contra-indicada em locais onde possa haver riscos de ingestões acidentais (escolas, creches, favelas, etc). As formulações dos rodenticidas são extremamente variadas. É muito comum um mesmo rodenticida, até uma mesma marca comercial, ser apresentado no mercado com duas ou três formulações distintas. Essa variedade de apresentações tem suas razões: tamanha é a capacidade perceptiva dos roedores e imensa a variedade de ambientes e de situações nos quais se instalam. Se existissem apenas um ou dois tipos de formulações, os resultados seriam mínimos e/ou inócuos. Cada situação onde exista o problema de infestação de roedores é única e exige um estudo individualizado do problema, consistindo no emprego de um ou mais determinados tipos de formulações. As formulações comerciais de rodenticidas existentes no mercado brasileiro são: – iscas: atraem os roedores pelo odor e aparência apetitiva (a cor não importa) induzindo-os, assim, a comer. Geralmente são feitas de grãos de cereais quebrados em diversos tamanhos, pois eles preferem as iscas granuladas em vez de iscas pulverizadas. Também são apresentadas a granel, ou com invólucros de plástico ou papel. Se a espécie a ser combatida for a R. rattus (rato de telhado) deve-se prender a isca junto às estruturas de sustentação dos telhados por onde esses roedores caminham, algum dispositivo de guiso de cocho (tábua) onde o rodenticida isca será colocado; encontrando o que comer, o rato de telhado não precisará descer ao chão para buscar alimento, ingerindo o rodenticida em seu lugar. No combate a R. norvegicus a isca deve ser colocada, se possível, na sua toca para aumentar a chance de encontro da isca. Se não for possível, poderá ser disposta ao longo de suas trilhas, caminhos e passagens. -Blocos sólidos: são iscas envoltas por um bloco de substância impermeabilizante indicada (parafina), presa com arames nos poços de visitação. É utilizado para locais úmidos e para esgotos, onde a oferta de alimento é pequena e, também, onde se encontram o R. norvegicus. -Pó de contato: polvilhado na soleira das tocas, ao longo das trilhas, nas passagens e nos pontos mais freqüentados pelos roedores. O pó adere aos pêlos e patas dos roedores, que ao voltarem em suas tocas e executarem seu comportamento de limpeza corporal, acabam ingerindo-o e morrem. Por serem concentrados necessitam de um profissional para aplicá-lo. Embora não haja no Brasil nenhum gás registrado como rodenticida, muitos profissionais utilizam o brometo de metila, o cianogás e a fosfina (fosfeto de metila) para esse fim. O risco de escape acidental desses gases letais é muito alto e seu uso requer uma grande experiência e conhecimento técnico. Além disto, os túneis da ratazana se interligam no subsolo tornando possível a saída do gás por pontos não previstos.
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TRAÇASA prevenção e o controle de traças, de um modo geral, dependem do monitoramento constante, atentando-se ao início da infestação, o qual é sempre mais fácil de ser controlada. Para as traças dos livros e das roupas, devemos evitar o acúmulo de papéis velhos, manter livros e revistas em locais adequados e limpos, evitar pontos de umidade (principalmente em gabinetes escuros de pias), evitar a entrada de objetos em caixas de papelão provenientes de locais infestados, manter limpos rodapés e frestas por meio de aspirador de pó, inspecionar periodicamente roupas, tapetes e outros objetos suscetíveis, manter estantes, armários e gabinetes arejados e limpos. Roupas atacadas poderão ser colocadas em sacos plásticos e dispostas em freezer por alguns dias, matando os ovos e traças (ou insetos) infestantes. Alimentos contaminados ou suspeitos do ataque de traças deverão ser descartados. O uso de naftalina auxilia na prevenção e no controle de traças. Em infestações muito severas, o uso de determinados produtos inseticidas domissanitários, aplicados por uma empresa profissional, certamente será a opção mais viável de controle, apesar desses produtos serem tóxicos ao homem.
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